Autor: Lusa/AO Online
"Amanhã [quinta-feira], tentaremos entrar em contacto com o Presidente Trump e discutir isto", disse Zelensky a partir de Copenhaga, na véspera de se reunir em Paris com o grupo de 30 países que apoia militarmente a Ucrânia contra a invasão russa.
Durante a sua visita à Casa Branca com os principais líderes europeus, em 18 de agosto, Zelensky pediu a Donald Trump que impusesse sanções adicionais a Moscovo e pressionasse o líder do Kremlin, Vladimir Putin, caso não comparecesse na mesa das negociações.
"Ele disse que responderia dentro de algumas semanas", observou hoje Zelensky, acrescentando: "Pelo que percebi, são duas semanas ou, no máximo, três semanas. As duas semanas terminam amanhã [quinta-feira]".
Por seu lado, a Comissão Europeia anunciou na semana passada que iria propor em breve um 19.º pacote de sanções a Moscovo.
A chamada Coligação dos Dispostos reúne cerca de 30 países, na maioria europeus e incluindo Portugal, prontos para prestar apoio ao Exército ucraniano, estando em discussão a possibilidade de oferecerem militares ou outro tipo de salvaguarda como garantia de segurança a Kiev, como forma de prevenir uma nova agressão russa em caso de acordo de paz.
Os países europeus deverão confirmar na quinta-feira, numa reunião em Paris e por videoconferência, que estão prontos para anunciar as garantias de segurança e aguardar posteriormente o apoio a esta decisão por parte dos Estados Unidos, segundo a presidência francesa, que promoveu o encontro.
"Temos uma base sólida sob a forma de acordos bilaterais, particularmente com a Dinamarca, e partilhamos a visão de que a segurança futura da Ucrânia exige uma disposição do tipo artigo 5.º", disse Zelensky, referindo-se ao acordo de defesa mútua previsto no tratado da NATO.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, indicou a 18 de agosto que os Estados Unidos apoiariam os países europeus no fornecimento de garantias de segurança à Ucrânia, que seriam implementadas após um cessar-fogo ou um acordo de paz, ambos ainda por alcançar.
"Também recebemos sinais dos Estados Unidos de que vão fornecer um 'backstop', o que é importante", acrescentou Zelensky, referindo-se à rede de segurança norte-americana, cujo formato ainda não é claro.
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano para aproximar as partes.
O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança.