Autor: Lusa
Segundo o movimento que preside à Junta de Freguesia de Santa Clara, na ilha de São Miguel, com a instalação em 2018 do Centro de Acolhimento Temporário, que contempla duas valências - uma da Cáritas, com alojamento de pessoas em situação de recuperação de dependências, e outra da Associação Novo Dia, para pernoita de sem-abrigo – “foi criado um problema”.
“O tempo tem demonstrado que essas duas valências, em conjunto, no mesmo edifício e perto de uma zona habitacional, não foram uma boa decisão política e social”, disse Rita Mota, porta-voz do movimento.
Segundo o movimento, “ao longo do tempo” registou-se um “aumento da toxicodependência, da prostituição, do tráfico, da criminalidade e do ambiente visualmente degradado na freguesia pelos consumos na via pública”.
“A verdade é que os dias, os meses, os anos - já podemos dizê-lo - vão passando e a situação de sem-abrigo, toxicodependentes, indigentes na via pública da nossa freguesia vai crescendo exponencialmente com o passar do tempo. Bem sabemos que não é problema exclusivo de Santa Clara, mas para esse grupo de cidadãos é o que importa: a qualidade de vida, bem-estar e segurança”, salientou.
Por isso, ainda de acordo com Rita Mota, o movimento defende a criação de um centro de reabilitação de sem-abrigo fora das zonas habitacionais da freguesia e a transformação do edifício do Centro de Acolhimento Temporário num Centro Intergeracional, com valência de centro dia, para idosos.
O mesmo espaço deverá também contemplar uma valência de creche e jardim de infância, “permitindo o apoio social às camadas mais jovens da população” e, aos pais, um “lugar seguro para deixar os filhos”, acrescentou.
A carta aberta do movimento foi enviada ao presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), à secretária regional da Saúde e Segurança Social, ao diretor regional da Saúde, diretor regional da Solidariedade Social, diretor regional da Prevenção e Combate às Dependências e ao presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.