Autor: Lusa/AO Online
O líder do PS/Açores,
Francisco César, anunciou hoje que o partido fez os dois pedidos por
verificar que no arquipélago existem situações de incumprimento do
Governo Regional e do Governo da República. Em
relação ao Governo Regional, referiu que o SAFRIAGRI
(Sistema de Apoio Financeiro à Agricultura) “está para pagar há muito
tempo e o que foi pago até agora foi pago de uma forma aleatória, sem se
perceber bem porque é que 40% das verbas chegaram apenas a alguns dos
agricultores”. E prosseguiu: “Há o prémio
ao abate desde 2021 para pagar, há o apoio às sementes, que não foi
pago, que é desde 2024. O quadro comunitário, o PEPAC [Plano Estratégico
da Política Agrícola Comum] não avança e culpam um sistema informático
quando estão há mais de cinco anos no Governo”. Já
em relação ao programa PRORURAL, adiantou que a sua execução “é cada
vez menos possível de perceber” e pode haver “perda de fundos”. “A
situação do Governo Regional é uma situação de permanente
incumprimento", disse Francisco César aos jornalistas, no final de uma
reunião com a Federação Agrícola dos Açores, no concelho da Ribeira
Grande, na ilha de São Miguel. Tendo em
conta a situação, o líder regional socialista disse que o partido pediu
hoje um debate de urgência, para o plenário da próxima semana, para
debater a situação e exigir ao executivo “que cumpra, pelo menos, aquilo
que prometeu”. “Não é que faça mais do que
aquilo que prometeu. Isso já sabemos que não faz de certeza. Agora,
pelo menos, [que] pague aquilo que deve e cumpra as suas promessas”,
afirmou. Em relação ao Governo da
República, referiu que, no passado, deu um conjunto de ajudas a nível
nacional aos agricultores, nomeadamente devido aos custos de inflação e
do gasóleo e anunciou o suporte para não existirem rateios no âmbito do
POSEI (Programa de Opções Específicas para fazer face ao Afastamento e à
Insularidade), e, na altura, o executivo do PS “não esteve bem” e não
alargou os apoios à região. O PS quer
aproveitar a oportunidade para “corrigir o erro” do passado e apresentar
na Assembleia da República, onde já deu entrada, uma resolução para
obrigar o Governo “a assumir os seus compromissos”. Indicou
que estão em causa o pagamento de “cerca de 22 milhões de euros à
região que estão prometidos da parte de apoio aos custos do gasóleo e
aos custos da inflação no âmbito da guerra da Ucrânia” e “que o apoio
que foi dado para evitar os rateios no POSEI não seja apenas de um ano,
[e que] continue para a frente”. Por
último, o PS propõe “que se crie um critério, na República, de que todos
aqueles apoios que são dados à agricultura, no âmbito de crises, possam
ser automaticamente alargados à região”. “Somos
portugueses como todos os restantes portugueses do continente e,
portanto, [relativamente] àquelas que são crises conjunturais, se há
apoios nacionais devem ser alargados à região”, disse. Francisco
César referiu tratar-se de um compromisso não só do PS/Açores, mas
também do PS nacional, pretendendo que “seja aprovado na Assembleia da
República”. Na semana passada, a direção da
Federação Agrícola dos Açores pediu uma reunião com “caráter de
urgência” ao secretário regional da Agricultura e Alimentação, para
“resolução de importantes assuntos pendentes” na região, entre os quais
atrasos no pagamento de apoios. Segundo um
comunicado da direção da Federação Agrícola dos Açores, no encontro com a
tutela pretende discutir assuntos como manutenção de caminhos
agrícolas, pagamentos de apoios em atraso, demora na aplicação do PEPAC -
Plano Estratégico da Política Agrícola Comum e análise da aplicação do
programa PRORURAL+.