Autor: Lusa
“Este é mais um passo que estamos hoje a dar, no sentido da concretização da pista de drones, que vai dar apoio ao Cluster do Mar, que estamos a construir”, realçou Mário Rui Pinho, secretário regional da Mar e das Pescas, em declarações aos jornalistas, após uma visita à infraestrutura, que terá um custo, aproximado, de 300 mil euros.
A pista de drones do Faial, que terá 300 metros de comprimento e 20 de largura, está a ser construída em terrenos cedidos pela Câmara Municipal da Horta, que foram utilizados, nas últimas décadas, como aterro sanitário da ilha, um espaço que será agora valorizado por um investimento integrado num plano mais vasto.
“O navio de investigação deverá chegar à Horta em dezembro, o Tecnopolo-Martec (centro de investigação das ciências do mar), deverá ficar pronto em junho, a estação costeira está em desenvolvimento e estamos a trabalhar na implementação da Zona Livre Tecnológica”, explicou o governante, referindo-se aos investimentos que o executivo está a realizar para dar corpo ao Cluster do Mar dos Açores.
A Zona Livre Tecnológica (ZLT), é espaço com mais de 150 quilómetros quadrados, situado a norte do Faial, que se pretende venha a ser utilizado para todo o tipo de testes em equipamentos robóticos, tanto ar, como no mar, e que poderá ser explorado não apenas por empresas, mas também pela Marinha Portuguesa e pela Força Aérea.
Isso mesmo fez questão de realçar, em setembro de 2023, o então chefe do Estado Maior da Armada, Gouveia e Melo, durante uma visita aos terrenos onde agora está a ser construída a pista de drones do Faial.
“Esta pista e o que ela tem de significado, e que pode agregar, é uma economia digital, virada para o mar, em que o produto, não é o valor dos materiais em si, mas é o valor do conhecimento agregado a esses materiais”, explicou, na ocasião, o almirante, durante uma visita aos Açores, realçando que a infraestrutura poderá ter uso civil, militar, mas sobretudo científico.
A nova pista de drones que agora está a ser construída no Faial, será gerida pela Associação de Desenvolvimento do Mar dos Açores (ADAFMA), que gere também a Escola do Mar dos Açores, e que tem recebido manifestações de interesse de empresas e consórcios, interessados em realizar voos de teste.
“Não há muitas pistas destas disponíveis para testes, com a variabilidade atmosférica que temos aqui. A variabilidade de clima, por incrível que pareça, é um ponto muito positivo, por que, muito rapidamente, podem ter as provas de conceito muito apuradas”, justificou Ana Rodrigues, diretora da Escola do Mar.
As obras de terraplenagem na pista de drones deverão ficar concluídas dentro de um mês, aproximadamente, seguindo-se a fase de testes com o uso de drones, antes da asfaltagem final.