Açoriano Oriental
Literatura
Gonçalo M. Tavares assina contrato com editora francesa
Gonçalo M. Tavares assinou um contrato com a editora francesa Viviane Hamy para a publicação de "sete ou oito livros", entre os quais "uma tetralogia de romances", disse o escritor à Lusa.

Autor: Lusa/AOonline
A editora Viviane Hamy, que publicou o romance "Jerusalém" e "O Senhor Valery", parece ter uma especial queda para as letras portuguesas ou relacionadas, tendo editado "O incêndio do Chiado", de François Vallejo, passado na capital portuguesa.

    Lisboa, aliás, será o cenário de algumas dessas obras, revelou Gonçalo M. Tavares à Lusa. "Lisboa é uma cidade extraordinária. Tenho um projecto de fazer uma ficção inspirada em Lisboa", disse o escritor sobre o próximo trabalho que, possivelmente, incluirá também as cidades de Estocolmo, Helsínquia, Nova Iorque e Buenos Aires.

    Gonçalo M. Tavares, apontado pela crítica francesa como "a revelação portuguesa", exprimiu o desejo de falar sobre as suas obras recentemente traduzidas para francês, "Jérusalem" e "O Senhor Valéry", para dar "a conhecer diferentes mundos e linhas de escrita diferentes".

    Comentando as críticas positivas que a comunicação social especializada e generalista francesa lhe têm dedicado, Gonçalo M. Tavares considerou ser "agradável perceber que 'Jerusalém' tem impacto em França. Aprecio a qualidade da recepção e como esta acontece em diferentes espaços. Julgo que há um interesse cada vez maior pela literatura portuguesa em França", concluiu o autor.

    A mesma opinião parece ter a escritora Lídia Jorge que, juntamente com Gonçalo M. Tavares, representou a literatura portuguesa na iniciativa "Les Belles Étrangères", participando de um debate na segunda-feira no Teatro de Châtelet, em Paris, para falar da sua produção literária, da literatura portuguesa e da relação entre as literaturas europeias.

    "Hoje os leitores europeus reconhecem que o imaginário português é um contributo para a Europa, abre uma porta do imaginário com África", declarou Lídia Jorge à Lusa, à margem do encontro.

    A escritora, que revelou estar a trabalhar num novo livro para ser lançado em 2009, considerou que a literatura portuguesa "é uma voz particular de resistência aos estereótipos", tendo apontado para a necessidade de um maior envolvimento da comunicação social na difusão do livro e na promoção da leitura.

    Sobre Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge considera-o "uma das vozes mais originais da sua geração. Tem uma força poética muito grande. Acredito que ele vai ser um escritor muito importante".

    Foi por isso que o convidou para a acompanhar na edição 2008 de "Les Belles Etrangeres", evento no qual os escritores que representaram o seu país em edições anteriores são responsáveis pelo convite a outro escritor, com o qual fazem dupla nos vários encontros que decorrem um pouco por toda a França.

    Integrados numa outra iniciativa, desde dia 8 de Novembro, a "Volta a França dos escritores europeus", Lídia Jorge e Gonçalo M. Tavares estarão quarta-feira no Centro Nacional do Livro francês, e quinta na biblioteca Glacière, em Paris. Sábado, participam em Saint Nazaire na mesa redonda "A História ou a Geografia".
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