Açoriano Oriental
Parlamento dos Açores aprova contabilização do tempo de serviço dos ‘contratos covid’ na saúde

O parlamento dos Açores aprovou, por maioria, uma proposta do BE para contabilização de todo o tempo de serviço prestado por profissionais do Serviço Regional de Saúde, ao abrigo dos ‘contratos covid’

Parlamento dos Açores aprova contabilização do tempo de serviço dos ‘contratos covid’ na saúde

Autor: Lusa/AO Online

O projeto de decreto legislativo regional, apresentado pelo BE, foi aprovado por maioria, em votação final global, com votos a favor de PS, Chega, BE e PAN, e abstenções do PSD, CDS-PP, PPM e IL.

Na apresentação da proposta, António Lima referiu que “foi criada, tanto legislação nacional como regional, relativa à contratação de trabalhadores durante o período da pandemia, tanto para hospitais como para centros de saúde”.

A legislação extraordinária levou à contratação de “mais de 600 profissionais do setor da saúde” nos Açores, “ao abrigo de várias modalidades de emprego, nomeadamente, recibos verdes, prestações de serviço e contratos a termo incerto”.

Segundo o deputado do BE, em 2024, o conselho de administração do hospital de Ponta Delgada emitiu uma nota interna, “em que havia deliberado a conversão automática para contrato individual de trabalho por tempo indeterminado ao abrigo de Código de Trabalho de todos os trabalhadores vinculados por um contrato de trabalho a termo resolutivo incerto, celebrado ao abrigo das normas de contratação da pandemia covid-19”, mas a decisão foi “travada” pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).

A situação “levou a que fossem iniciados processos em tribunal por trabalhadores, com vista ao reconhecimento dos seus direitos laborais”.

O Bloco apresentou, em janeiro deste ano, um projeto de resolução que recomendava que o executivo reconhecesse o tempo de serviço destes trabalhadores, mas a proposta foi “rejeitada pela coligação e pelo Chega”.

“Hoje, defendemos um projeto de Decreto Legislativo Regional que pretende, de uma vez por todas, fazer justiça e ultrapassar os bloqueios do governo regional e da maioria que o suporta ao cumprimento da lei”, disse.

No debate, Olivéria Santos (Chega) referiu que a iniciativa permitia “cumprir com uma promessa” feita aos profissionais de saúde durante o combate à pandemia.

“Esta é uma injustiça que importa alterar. Importa reconhecer estes anos de serviço a estes trabalhadores”, justificou.

A parlamentar do PSD Sabrina Furtado referiu que o executivo regional, no orçamento de 2024, incluiu “a integração de 515 profissionais de saúde” no sistema regional de saúde, mas o documento foi chumbado.

“Para o orçamento de 2025, o Governo voltou a inscrever […] a integração destes trabalhadores nos quadros do Serviço Regional de Saúde”, recordou.

Já para Pedro Pinto (CDS-PP), como o assunto está em tribunal, “politicamente não é aceitável vir para aqui defender determinados casos muito particulares, que vão criar entropia e problemas muito mais sérios no futuro”.

“Porque, ao começarmos a tratar de forma diferente aquilo que não é diferente […] é um grave precedente político”, disse.

Pelo PS, José Toste, referiu que o partido já tinha alertado para a necessidade de resolução do problema, pois os trabalhadores “mantiveram-se a trabalhar nos hospitais e nas unidades de saúde” porque eram necessários.

Assim, o PS votou a favor, por considerar que é da “mais elementar justiça” reconhecer o tempo de serviço.

João Mendonça (PPM) considerou a iniciativa do BE “precipitada”, dado que a contagem do tempo de serviço dos profissionais de saúde “encontra-se ainda em apreciação dos tribunais”.

Para o parlamentar da IL, Nuno Barata, o assunto, até transitar em julgado, “está com o poder judicial, não está com o poder político”.

A secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, referiu que foi proferida uma sentença pelo Tribunal de Ponta Delgada, “que ainda não transitou em julgado” e é “passível e suscetível de recurso”.

“É nossa intenção [do Governo Regional] continuar a valorizar todos os trabalhadores”, referiu.

O parlamento dos Açores também aprovou, por maioria, o projeto de decreto legislativo regional, apresentado pelo Chega, sobre o regulamento do sistema tarifário dos portos da região.


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