Açoriano Oriental
Aura Super Jovem “é uma reflexão sobre o tempo que passou”

O humorista e ator português Salvador Martinha vai subir ao palco do Teatro Micaelense, no próximo dia 12, para o espetáculo de stand-up intitulado “Aura Super Jovem”. O momento assinala o regresso do humorista aos Açores e vai ficar marcado por muita interação com o público e uma novidade

Aura Super Jovem “é uma reflexão sobre o tempo que passou”

Autor: Arthur Melo

No dia 12 de setembro o Salvador Martinha sobe ao palco do Teatro Micaelense para interpretar o “Aura Super Jovem”. O que é que o público açoriano pode esperar deste regresso ao stand-up?

Durante muitos anos fiz stand-up quase consecutivamente e houve uma altura em que apeteceu-me variar. Então, passei uma fase mais de ator. Escrevi e interpretei duas peças de teatro e ainda fui fazer a série “Rabo de Peixe”. Foi muito importante sair da minha zona de conforto e adquirir uma série de ferramentas que agora estou super entusiasmado de por em prática e tornar o meu stand-up um bocadinho mais rico, porque estive a aprender com os melhores. E este espetáculo marca um bocadinho o conjunto das minhas melhores histórias passadas nesses cinco anos.

Acho que as pessoas vão poder ver essa minha evolução. O espetáculo chama-se “Aura Super Jovem” e o nome surgiu depois de uma marca que me disse que gostaria da minha ajuda, porque, disseram, tenho uma aura super jovem!. Pronto. A partir do momento em que fazem-te o elogio a dizer que és jovem é que já não és... Disse logo que isso tem que ser o nome do espetáculo: “Aura Super Jovem”. Sempre senti que para os mais novos eu tenho uma aura jovem, mas se os mais novos já me veem assim, quer dizer que já não sou assim tão jovem. Depois, há ali uma reflexão sobre o tempo, o tempo que passa, quais são as minhas alterações com esse tempo que passou, como é que eu me sinto. E fala um bocadinho disso tudo.

Este espetáculo marca também o seu regresso aos Açores?

Sim. A minha primeira vez nos Açores aconteceu em 2004, no foyer do Coliseu Micaelense. Foi um espetáculo de meia hora. Na altura tinha 20 anos. Depois voltei em 2016, fiz novamente o Coliseu Micaelense e em 2019 estive no Teatro Micaelense. Este será o segundo espetáculo no Teatro Micaelense. E curioso que tenho sempre histórias giras nos Açores. Por exemplo, a minha primeira crítica de espetáculo foi feita nos Açores. Foi o Nuno Costa Santos. Ele estava a escrever na revista Sábado e deu-me 4 estrelas. Fiquei logo contente! É a prova que nunca sabes de onde é que podem aparecer as críticas e quem é que está a ver. Não fazia a mínima ideia. E foi porreiro. Conheço o Nuno, ele é meu colega e foi um momento marcante.

Sobre o espetáculo, e sem querer levantar um bocadinho do véu, vai haver muita comunicação com o público, muita interação?

Sempre, sempre. Isso é a minha marca de comediante, a interação. Porque é uma coisa que tem a ver com o que eu aprendi, porque há comediantes que não fazem isso. Mas quando me iniciei no stand-up, fiz vários cursos e há uma das primeiras aprendizagens, que é muito básica, que é, isto é um diálogo com o público. Ou seja, não é por ser um monólogo que tu não comunicas com o público. Então, é um diálogo. Ou seja, eu pergunto, ‘olá, está tudo bem? Estamos bem? Não estamos bem? Porque não estão bem?’ Então, realmente, depois é incorporares um texto e uma narrativa que trazes, pensada e estudada, mas tens que, de certa forma, dialogar com o público.

Há espetáculos que sentes estive a falar com o público o tempo todo, e outros que sentes que não estiveste bem a falar, então talvez ficaste um bocadinho mais mecânico e foste mais para o teu texto e não dialogaste. Gosto de cozer aquilo tudo e que seja sempre um diálogo com o público. Acho que realmente é um segredo. É uma regra do stand-up, mas que nunca me esqueço e isso ajuda-me a que os espetáculos corram bem. 

Salvador Martinha, uma última mensagem para os que ainda estão na dúvida.

Vai haver uma surpresa muito especial. Normalmente tenho sempre uma pessoa a abrir os meus espetáculos. Foi o Duarte Pinta Negrão, o João Maria, a Mariana Rosário, mas nos Açores, não sei se não vou ter uma estreia de um açoriano a fazer stand-up pela primeira vez! Isto é o que eu posso prometer.




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