Autor: Lusa/AO Online
Gana, Uruguai e Coreia do Sul serão os primeiros ‘obstáculos’ na oitava participação da equipa das ‘quinas’ numa fase final de um campeonato do Mundo – a sexta consecutiva -, sendo que a última, em 2018, ficou bastante aquém do que era previsível, não só pelas exibições sofríveis, como pelo facto de Portugal ser, então, o campeão europeu em título.
A ‘campanha russa’ começou com um ‘frenético’ empate com a Espanha (3-3), seguiu com um ‘magro’ triunfo sobre Marrocos (1-0) e um empate (1-1) com o Irão, então liderado pelo português Carlos Queiroz.
A eliminação nos ‘oitavos’, face ao Uruguai (1-2), culminou um histórico em que o melhor desempenho remonta precisamente à primeira presença, em 1966, em Inglaterra, com um terceiro lugar alcançado pelos ‘magriços’. Desde então, registou-se um quarto posto, em 2006, duas eliminações nos ‘oitavos’ (2010 e 2018) e três ainda na fase de grupos (1986, 2002 e 2014), com apenas uma vitória em cada uma das últimas três edições.
E para marcar presença no primeiro Mundial da história a ser disputado a meio de uma temporada europeia, a formação comandada por Fernando Santos teve de se aplicar ‘fora de horas’, uma vez que se deixou ultrapassar pela Sérvia na fase de qualificação e só ‘carimbou’ a presença no Qatar através do ‘play-off’.
Pela qualidade e quantidade de talentos que tem à disposição, aliada à diversidade que os mesmos oferecem, Portugal volta a integrar o lote de candidatos – não de favoritos - ao título mundial, ainda que o maior dos protagonistas lusos nos últimos 15 anos ande arredado dos ‘holofotes’ pelas melhores razões esta época.
Aos 37 anos (completa 38 em fevereiro), Cristiano Ronaldo vai participar pela quinta vez num Mundial - o quarto consecutivo a envergar a braçadeira de capitão –, encabeçando um conjunto que conta com jogadores como João Cancelo, Nuno Mendes, Rúben Dias, Bruno Fernandes, Rúben Neves, Bernardo Silva, João Félix ou Rafael Leão, todos eles integrados em algumas das melhores equipas do mundo.
Entre o mais jovem – o estreante António Silva (19 anos) – e o mais velho – Pepe (39) – a equipa das ‘quinas’ dispõe igualmente de jogadores que têm estado em grande forma na presente temporada, como são os casos do guarda-redes Diogo Costa, que conquistou a titularidade na equipa nacional, o médio João Mário, ou os avançados Gonçalo Ramos e Ricardo Horta.
Em sentido inverso, alguns nomes de ‘peso’ ficarão a ‘torcer’ por fora, nem todos pelas mesmas razões: o infortúnio das lesões afastou Diogo Jota e Pedro Neto, enquanto Renato Sanches, Gonçalo Guedes ou o experiente João Moutinho (36 anos), o segundo mais internacional de sempre (146 jogos), foram preteridos por opção.
De resto, Guedes e Neto poderiam oferecer algo que parece estar em falta no lote de 26 convocados: jogo exterior, de linha, e ataque incisivo à profundidade. Um pouco à semelhança de Rafa, que está a exibir-se em grande plano pelo Benfica esta época, mas que abdicou de representar a seleção nacional, depois de presenças no Mundial2014 (zero minutos jogados), no Euro2016 (um minuto) e no Euro2020 (52 minutos divididos por dois jogos).
O conjunto das ‘quinas’ vai ter pela frente três adversários com os quais se cruzou em mundiais neste século e nenhum deles deixa boas ‘memórias’.
Apesar de ter vencido o Gana em 2014 (2-1), Portugal caiu na fase de grupos, tal como já tinha acontecido em 2002, após o desaire com a Coreia do Sul (0-1). Já o Uruguai foi o ‘carrasco’ luso (1-2) nos oitavos de final da última edição do Campeonato do Mundo, em 2018.
A 22.ª edição do Mundial2022 começa no domingo e vai decorrer até 18 de dezembro, no Qatar.
Portugal está integrado no Grupo H, juntamente com Uruguai, Gana e Coreia do Sul, de Paulo Bento, tendo estreia marcada na competição para 24 de novembro, diante dos ganeses, no Estádio 974, em Doha, antes de defrontar uruguaios (28 de novembro) e sul-coreanos (02 de dezembro).