Autor: Lusa
“A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Faialenses tem enfrentado dificuldades em mobilizar recursos humanos suficientes para cumprir integralmente o contrato que tem com a ANA, em particular para responder aos pedidos frequentes de prolongamento de horário”, refere, em comunicado, a empresa que gere o Aeroporto da Horta.
Nesta segunda-feira, o voo SP636 da SATA Air Açores, que devia ligar a Terceira ao Faial, foi cancelado e o voo SP442, que faria a ligação entre São Miguel e o Faial, divergiu para a ilha do Pico, em ambos os casos por não existir número suficiente de elementos das equipas de socorro e emergência no Aeroporto da Horta.
A administração da ANA garante que a operação no Aeroporto da Horta está a decorrer, neste momento, com “total normalidade” e que os constrangimentos verificados ficaram a dever-se à “indisponibilidade temporária” de alguns recursos, que não permitiu a mobilização dos recursos mínimos exigidos para o Serviço de Luta e Combate a Incêndios (SLCI), no sentido de assegurar o prolongamento do horário.
“A segurança das operações é prioritária e nunca é comprometida: sempre que as condições de socorro legalmente exigidas não estejam asseguradas, o aeroporto ajusta a operação ao contingente disponível, informando previamente as companhias aéreas. Em casos extremos, como no dia 11, na ausência total de meios de socorro, não são autorizadas operações”, esclarece a empresa.
Entretanto, a Câmara Municipal da Horta, também em comunicado, já veio defender hoje o alargamento do horário normal de funcionamento do Aeroporto da Horta, no sentido de ultrapassar estes constrangimentos.
“O Aeroporto da Horta tem que responder melhor às necessidades do Faial, assegurando condições para o desenvolvimento económico, turístico e social da nossa ilha”, refere o município, em reação às dificuldades de operação dos voos da SATA para a ilha do Faial, devido à falta de bombeiros.
A autarquia faialense, presidida pelo social-democrata Carlos Ferreira, reuniu, entretanto, com o Comando e com a Direção da AHBVF, e garante ter “confiança” nos bombeiros para assegurarem a mobilidade acrescida que se tem verificado no Aeroporto da Horta.
"Confio nos bombeiros faialenses para um esforço adicional, que garanta a possibilidade de realização dos voos extraordinários essenciais para a deslocação das pessoas para o Faial e também para a saída da nossa ilha", sublinhou Carlos Ferreira, que espera que estes constrangimentos sejam apenas pontuais.
Para o presidente da Câmara da Horta, a solução para este problema passa pelo alargamento do horário normal de funcionamento do Aeroporto da Horta, que, na sua opinião, devia passar a encerrar às 22:00, e não às 20:00, como acontece atualmente.
“A ANA deve alargar o horário normal de funcionamento, pelo menos no período de junho a setembro de 2026, para o período das 08:00 às 22:00, contratando todos os profissionais e serviços necessários para o efeito, de modo que o prolongamento extraordinário seja a exceção e não a regra”, insistiu.
Os constrangimentos em causa foram divulgados pelo Grupo Aeroporto da Horta, que considera “inadmissível” que os voos com destino à ilha do Faial estejam a ser cancelados ou divergidos para outras ilhas, por falta de operadores de socorro e emergência naquela infraestrutura aeroportuária.
“É inadmissível que, até à presente data, a ANA e a Associação de Bombeiros Voluntários do Faial não tenham conseguido resolver uma questão que afeta diretamente a mobilidade, a economia e a confiança dos passageiros”, lamentou o grupo de cidadãos, preocupado com a falta de condições de operacionalidade naquele aeroporto açoriano.