Autor: Lusa/AO Online
Em declarações aos jornalistas após ter assistido ao ‘briefing’ e estado reunido com o comando da Proteção Civil, em Carnaxide, Luís Montenegro foi questionado se se arrepende de não ter acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil mais cedo.
Na resposta, o primeiro-ministro salientou que esse mecanismo tem “regras de funcionamento” e o Governo seguiu, do ponto de vista operacional, “as indicações que foram dadas de conciliação entre o dispositivo de meios aéreos” nacional e a necessidade de o poder reforçar, frisando que há outros países europeus, inclusive no norte do continente, que também estão a lidar com incêndios florestais.
O chefe do executivo salientou que a avaliação do ‘timing’ de acionamento do Mecanismo Europeu de Proteção Civil não pode depender do critério do primeiro-ministro ou do “palpite de nenhum político” – numa alusão ao secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que tinha sugerido ao executivo que o acionasse antes –, reiterando que deve obedecer a “critérios de natureza operacional e de solidariedade entre todos os parceiros”.
“Nós seguimos aqueles que são os critérios técnicos e operacionais. Verificaremos no final se isso teve o enquadramento devido – a minha expectativa é que sim –, mas nós seremos escrutinados como é normal numa democracia”, frisou.
Luís Montenegro garantiu que irá responder “perante os portugueses, perante a Assembleia da República” e fá-lo-á “com frontalidade, com honestidade e com sentido de responsabilidade”.
“Este é um combate do país, nós estamos em guerra e temos de vencer esta guerra”, disse.
O primeiro-ministro referiu ainda que o Governo está, “desde o início”, a “preparar todo o processo para que haja uma reposição da situação de normalidade na vida de todos aqueles que foram afetados”, mas frisou que, neste momento, é necessária uma “concentração absoluta no combate”.
Confrontado com declarações que tinha feito em 2022, quando tinha acusado o Governo da altura de “manobras de distração” por associar as dificuldades no combate aos incêndios a situações climatéricas e não à falta de prevenção, o primeiro-ministro convidou os jornalistas a revisitarem o contexto dessas declarações e a compararem-nas com o contexto atual.
“O contexto atual é, de facto, um contexto de uma severidade que não encontra paralelo no país. A avaliação que estava a fazer nessa ocasião era uma avaliação após 2017 [ano dos incêndios de Pedrógão Grande] e tudo aquilo que se seguiu a um trabalho de recuperação”, disse, apesar de salientar que não queria estar a “alimentar esse tipo de polémica”.