Açoriano Oriental
Três irmãos, dois gémeos, celebram 25 anos de sacerdócio nos Açores

Os padres açorianos Adriano, José e Paulo celebram na sexta-feira (1 de agosto) 25 anos da primeira missa, data que assinala um marco na vida de cada um e "uma singular coincidência": três irmãos, dois deles gémeos ordenados no mesmo dia

Três irmãos, dois gémeos, celebram 25 anos de sacerdócio nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

"Esta celebração é de ação de graças por termos chegado aos 25 anos de ordenação sacerdotal. Será uma celebração de encontro, de convívio e de gratidão”, disse à agência Lusa o padre Adriano Borges, o mais velho dos três, com 10 meses de diferença dos irmãos gémeos.

Adriano Borges nasceu em abril de 1974 e foi ordenado padre a 25 de junho de 2000 na Diocese de Angra, com os dois irmãos gémeos, que nasceram em fevereiro de 1975.

Os três irmãos estão atualmente na ilha de São Miguel, nos Açores, onde nasceram.

Adriano Borges é pároco da Matriz de São Sebastião de Ponta Delgada, diretor do Serviço Diocesano de apoio à Pastoral Escolar, assistente da Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja e professor convidado do Seminário Episcopal de Angra.

José Borges é ouvidor de Vila Franca do Campo e pároco da Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo e o irmão gémeo, Paulo Borges, presidente da Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde e capelão do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada.

Os gémeos estiveram sempre em São Miguel, mas Adriano Borges chegou a ser sacerdote em Santa Maria e na Terceira.

“Não nos sentimos especiais por causa disso. Isso é importante, mas na realidade somos muito unidos e estamos sempre em ligação”, disse Adriano Borges, confessando que a celebração na sexta-feira será “um momento especial” e de “grande simbolismo” por ocorrer na terra natal, com família e amigos.

Os 25 anos da ordenação sacerdotal dos três irmãos serão celebrados na Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na Ribeira Grande, visto que o templo da terra natal, na Ribeirinha, está em obras.

Adriano, José e Paulo fizeram o percurso sempre juntos no seminário.

O padre Adriano acabou o curso mais cedo, mas esperou um ano como diácono e foram ordenados os três juntos, mantendo sempre uma forte ligação.

“Foi uma caminhada. Entrei para o seminário com 10 anos. A ideia de ser padre era algo tão distante, mas era um desejo. Com o passar dos anos naturalmente que surgem interrogações e dúvidas durante o percurso. Mas, aos 21 anos já tinha mais ou menos certo que gostaria de ser padre”, disse Adriano Borges, cónego na diocese de Angra.

Para o irmão Paulo Borges, “não há uma explicação mágica” por ter optado pelo sacerdócio.

“Há apenas uma resposta a um chamado. Este chamado vem de uma forma misteriosa e espiritual onde acreditei que Jesus estava a chamar-me e que seria útil à Igreja e ao mundo servindo o evangelho desta forma”, confessou Paulo Borges, à Lusa.

Apesar de terem um percurso “muito idêntico”, mas com “tonalidades diferentes”, os três irmãos asseguraram que a vocação nasceu de um processo de "discernimento pessoal".

“Cada um teve o seu processo de discernimento pessoal. Claro que nos apoiamos muito e confortamo-nos muito e somos muito unidos. E esta forma de viver uma vocação em comum claro que ajuda, sem dúvida. E, nos nossos tempos, se calhar, é uma novidade e um momento singular, existirem três irmãos ordenados”, referiu Paulo Borges, salientando que “a vocação nasce também dentro do seio familiar”.

No dia da celebração, toda a família estará presente em São Miguel.

“Somos nove irmãos. As que estão no estrangeiro, no Canadá, já chegaram com filhos e netos. Será um dia de festa, mas também de profunda ação de graças”, contou.

Também o padre José Borges destacou o papel da família na formação da vocação.

“Além de sermos uma família numerosa, também somos uma família muito unida e sempre à volta de Jesus. Desde pequeninos que os nossos pais nos ensinaram a estarmos unidos a Deus, rezando, acreditando nele e depositando nele toda a nossa esperança”, reforçou José Borges.

Os 25 anos da ordenação constitui também um momento de grande significado.

"Essa celebração é sempre uma graça, porque significa que Deus deu-nos essa possibilidade de chegarmos a essa data de renovar os votos, de agradecer a Deus o dom da vocação e de balizar um pouco este percurso e colocar nas mãos de Deus os vindouros", salientou.

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