Açoriano Oriental
Guterres quer aumentar eficiência e reduzir custos da ONU a partir de 2026

O secretário-geral da ONU anunciou querer reduzir os custos da organização em 2026, através de fusão de agências e cortes nas equipas, em resposta às crescentes dificuldades financeiras

Guterres quer aumentar eficiência e reduzir custos da ONU a partir de 2026

Autor: Lusa/AO Online

António Guterres, que está a apresentar o projeto de reforma da organização, alertou para as operações humanitárias estarem “à beira do colapso”, já que há mais necessidades, mas menos financiamento.

“Identificámos melhorias de eficiência e reduções de custos direcionadas de mais de 15% na proposta de orçamento regular para 2026, e [cortes de] cerca de 19% nos postos [de trabalho] em comparação com os níveis aprovados para 2025”, afirmou.

“Estas decisões não foram tomadas de ânimo leve, foram calibradas para manter o equilíbrio entre os três pilares do nosso trabalho – paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento sustentável”, sublinhou, garantindo querer reforçar o apoio aos países em desenvolvimento e manter o impulso para a Agenda 2030.

Em termos de ajuda humanitária, o responsável adiantou querer adotar “um Novo Pacto Humanitário” para diminuir custos e aumentar a rapidez de entregas.

Com este pacto, a ONU pretende reduzir a burocracia de coordenação, “simplificando os planos, as reuniões e as estruturas de resposta humanitária”.

A proposta implica que as principais agências humanitárias tenham cadeias de abastecimento integradas para permitir “compras mais económicas, frete partilhado e logística partilhada a nível global e nacional”, explicou o antigo primeiro-ministro português.

Além disso, será alargada “a utilização de serviços comuns – desde escritórios a frotas e segurança” e reforçada a capacidade de avançar “dados para ações mais rápidas, precoces, direcionadas e dignas”.

O objetivo é também alinhar “as responsabilidades para reduzir as sobreposições programáticas nas áreas da alimentação, mobilidade, dados dos beneficiários, saúde e nutrição”, apontou Guterres.

O secretário-geral disse pretender ainda reconfigurar as equipas da ONU e fundir algumas das agências para evitar o “labirinto de pontos de entrada e, por vezes, de iniciativas concorrentes” quando os governos pedem ajuda.

Na calha está a fusão do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), “para criar um motor mais forte para o desenvolvimento sustentável, com maior alcance e escala”, e do Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) com a ONU Mulheres, para proporcionar “uma voz unificada e mais poderosa sobre a igualdade de género e os direitos das mulheres e raparigas”, avançou.

Por outro lado, deverão ser reagrupadas algumas comissões regionais e reconfiguradas as equipas nacionais para que sejam “mais enxutas e impactantes”.

Guterres propôs ainda criar um Grupo de Direitos Humanos, composto por entidades de todo o sistema da ONU, para melhorar a coordenação e garantir que as questões de direitos humanos sejam “sistematicamente integradas em todas as políticas e atividades da ONU”.

“Todo o sistema deve funcionar como um só”, resumiu.

O secretário-geral da ONU vai agora receber propostas e opiniões sobre este projeto da parte dos Estados-membros da ONU e, depois, estabelecer uma equipa dedicada à implementação da reforma da organização internacional, a chamada ONU80.

“Ainda este mês, pretendo apresentar um plano de ação da ONU80 ao Conselho Executivo do Sistema ONU para garantir o pleno envolvimento de toda a família das Nações Unidas”, disse.


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