Açoriano Oriental
Exercício Milhafre25 testa capacidade de defesa militar das forças armadas

Manobras militares envolvendo o Exército, a Força Aérea e a Marinha concluíram ontem, na baía de Ponta Delgada, o Exercício Milhafre25 que colocou à prova as capacidades de defesa militar do Comando Operacional dos Açores (Com Fotos)



Autor: Arthur Melo

Os três ramos das Forças Armadas Portuguesas estacionadas na Região - Exército, Força Aérea e Marinha Portuguesa - encerraram ontem, na baía de Ponta Delgada, o Exercício Milhafre25 com um conjunto de manobras militares com meios aéreos, navais e terrestres, promovido pelo Comando Operacional dos Açores (COA). 

Depois de três dias a otimizar o emprego dos meios militares e a exercitar o comando e controlo de uma operação conjunta, abrangendo as fases de projeção, condução e retração de forças militares empenhadas na defesa da Região Autónoma dos Açores, as manobras militares ontem realizadas proporcionaram à população  uma visão integrada da capacidade de resposta e de defesa militar das Forças Armadas.

As manobras consistiram na intercetação de uma embarcação marítima, na tomada de um ponto estratégico em terra por parte de uma unidade militar aerotransportada  e, finalmente, a neutralização de um engenho explosivo. 

O exercício que decorreu na entrada do porto comercial de Ponta Delgada e no Cais do Depósito POL NATO testou a capacidade de defesa militar do COA. 

“Este exercício é de defesa militar convencional”, começou por especificar o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), o General José Nunes da Fonseca, salientando de seguida que estes exercícios permitem preparar, da melhor forma, as forças armadas para a sua missão de defesa da nação: “Em todas as circunstâncias as Forças Armadas se prepararam para intervir em caso de necessidade e tudo isso passa por formação, por planeamento e por exercícios. No exercício ficamos conscientes daquilo que correu bem e daquilo que tem de correr melhor nas circunstâncias reais. Esperamos que nunca aconteça, mas é exatamente para esse efeito que tentamos ver o que é que há que fazer em todas as circunstâncias para cumprirmos melhor a nossa missão”, afirmou o militar em declarações aos jornalistas após a realização das manobras. 

O momento foi particularmente vivido por alguns alunos de escolas de São Miguel que assistiram ao desenrolar das manobras a partir do cais do Terminal das Portas do Mar, em particular a intervenção do helicóptero da Força Aérea Portuguesa, o EH-101 Merlin, responsável pela introdução - e posterior retração - de uma equipa de militares no Cais do Depósito POL NATO. 

As manobras visaram neutralizar uma ameaça à soberania nacional, o cenário “construído” para a realização do exercício  que, acima de tudo, reforçou a interoperabilidade entre as estruturas de comando na Região  Autónoma dos Açores – nomeadamente o COA e os Comandos das Zonas Marítima, Militar e Aérea da Região – bem como a articulação com o Comando Conjunto para as Operações Militares do Estado-Maior-General das Forças Armadas. 

Testou, de igual modo, a prontidão e capacidade de resposta do COA, como fez questão de frisar no final o Tenente-general César Paulo Rodrigues. 

“É uma das mais-valias e uma das responsabilidades da missão que me compete como Comandante Operacional dos Açores é avaliar, testar, planear todo o treino operacional e o emprego operacional das forças sedeadas nos Açores e das forças que são projetadas do continente, sempre que seja necessário”, salientou o Comandante Operacional dos Açores. 

As manobras militares sucederam-se a três dias intensivos de exercícios na ilha de São Miguel que tiveram como objetivo treinar, testar e avaliar procedimentos de resposta às missões no âmbito da Defesa Militar na Região Autónoma dos Açores e que envolveram cerca de 120 militares, não apenas da Região, mas também envolvendo militares provenientes da Madeira e do território continental português. 

“Trata-se de um exercício importante para o COA. É um exercício que, na realidade, permite  preparar melhor os nossos efetivos, os nossos contingentes, as forças da Marinha, do Exército e da Força Aérea que são atribuídas ao nosso COA para cumprir missões”, acrescentou  o General José Nunes da Fonseca. 

Na ocasião, o CEMGFA recordou que a missão de defesa do país também acontece nas chamadas missões de apoio militar a emergências civis e, a este propósito, revelou que aquando da passagem do furação Gabrielle  pelos Açores, as Forças Armadas estavam prontas para intervir, prestando o apoio que fosse necessário. 

“Felizmente, aquela catástrofe que estava previamente anunciada não teve tanta gravidade, que foi o último furacão que por aqui passou. Também já estávamos preparados para intervenções, no sentido de apoiar as populações após a passagem deste evento com algum dramatismo”, disse o o General José Nunes da Fonseca. 

A este propósito, o CEMGFA salientou que as Forças Armadas realizam, anualmente, um exercício do género com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.
Após as manobras militares, que foram assistidas pelos mais altos representantes da Região (desde o Representante da República para os Açores, Pedro Catarino, presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, e o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia, entre outros), seguiu-se uma visita a uma exposição representativa das capacidades e meios das Forças Armadas na Região, que esteve patente ao público durante o dia de ontem no Terminal de Cruzeiros das Portas do Mar.

Bolieiro destaca importância das Forças Armadas 

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, sublinhou a importância da presença militar no arquipélago, destacando o papel das Forças Armadas na segurança e no apoio às populações.

“As Forças Armadas são verdadeiros parceiros dos Açores. Estão sempre onde é preciso, com dedicação e sentido de missão”, afirmou o líder do executivo regional. 

Em nota de imprensa, José Manuel Bolieiro salientou também a relevância estratégica dos Açores no contexto nacional e europeu, referindo que o arquipélago “acrescenta valor a Portugal e à União Europeia pela sua posição no Atlântico e pelas responsabilidades que daí decorrem em matéria de segurança e defesa”.

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