Autor: Susete Rodrigues
A ilha de São Miguel acolhe, de 24 de outubro a 2 de novembro, a Convenção de Circo do Atlântico, organizada pela Associação de Artes Circenses dos Açores 9’ Circos.
Este ano, o evento conta com algumas novidades, com destaque para o teatro e cinema, para além da componente de circo. Em relação ao teatro, nos dias 25 e 26 de outubro, o Teatro Ribeiragrandense recebe a estreia da peça ‘De Perto Ninguém é Normal’, encenada por Rafael Medrado. A peça, uma comédia com muito humor e crítica social, conta com um elenco da comunidade artística dos Açores, nomeadamente André Melo, o José Carlos Jorge, a Katarina Rodrigues, a Marta Aguiar, o Nuno Rei Pequeno e a Pilar Silvestre”, disse Pedro Alves, presidente da 9’Circos.
Outra novidade é a extensão do Palari - Festival Internacional de Cinema, organizado pelo Momo, que é o “único Museu do Circo que temos em Portugal. Eles selecionaram umas curtas que vão ser apresentadas no dia 1 de novembro, na Casa das Associações, na Ribeira Grande”.
A Máquina do Tempo, no Teatro Micaelense, irá ser diferente nesta edição, porque os artistas vão estar em Residência Artística, durante uma semana, e vão criar um espetáculo que será presentado na matiné do 2 de novembro.
A organização da Convenção de Circo do Atlântico vai continuar a apostar na matiné que decorre no Nordeste e no Circo em Família que este ano acontece no Parque Urbano, em Ponta Delgada. Há ainda “vários projetos de circo social que acontecem um pouco pela ilha”, referiu Pedro Alves, explicando que “aproveitamos o facto dos artistas estarem cá para a Convenção, e eles realizam sessões de circo com os utentes dos projetos de circo social, que conseguimos abranger quase toda a ilha, não só com espetáculos, mas também com workshops”.
Levar a cabo um evento desta envergadura não é fácil para a 9’Circos sendo “uma das grandes dificuldades ser o orçamento, porque os apoios à cultura também não são os desejáveis”, afirmou Pedro Alves, sublinhando que “procuramos e damos muita visibilidade aos artistas dos Açores, mas também contamos com vários artistas que vêm da Europa, da América do Sul, e durante 10 dias temos, por exemplo, 10 artistas em que temos encargos com as viagens, alimentação, e isso encarece-nos bastante”.
Depois é “somos uma
associação em crescimento, mas temos uma equipa de 4/5 pessoas ou mais
que estão o tempo inteiro, e vamos lutando dia-a-dia para levar avante a
nossaConvenção”. No entanto, o feedback tem sido positivo e a crescer:
“Começamos com meias casas, depois um mais ou menos e nas últimas duas
edições temos tido lotações praticamente esgotadas. Isso leva-nos a crer
que estamos no bom caminho e dá-nos motivação para fazer mais e
melhor”.