Açoriano Oriental
Empresários dos Açores contra semana de quatro dias na administração pública regional

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) manifestou a sua oposição e “total discordância” ao projeto-piloto da semana de quatro dias na administração pública regional, que o Governo dos Açores vai implementar em janeiro

Empresários dos Açores contra semana de quatro dias na administração pública regional

Autor: Lusa/AO Online

Em comunicado, a associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria demonstra “a sua preocupação e total discordância” para com a medida, “apresentada como experiência de modernização laboral”, por considerar que “representa, na realidade, um exercício de completo alheamento face à situação económica e social dos Açores”.

“Num momento em que as empresas lutam diariamente contra a escassez de mão-de-obra, o aumento dos custos e a necessidade de manter a produtividade e a competitividade, o Governo Regional opta por transmitir um sinal errado - o de que é possível trabalhar menos, sem consequências, exigindo, ao mesmo tempo, mais do setor privado”, justifica.

A direção da CCIPD considera que a decisão “cria uma injustiça evidente, pois concede privilégios a alguns trabalhadores, pagos pelos impostos de todos, ignorando as dificuldades das empresas que sustentam a economia regional - nomeadamente nos setores do turismo, comércio, agricultura, pescas e indústria, onde o trabalho diário é indispensável e não pode ser interrompido ao fim de quatro dias”.

Para a associação empresarial, os Açores “não são, nem devem ser, um campo de ensaio para medidas importadas de países com realidades económicas e sociais muito distintas”.

“Os Estados que têm vindo a testar a semana de quatro dias dispõem de níveis de produtividade, qualificação de recursos humanos e de rendimento muito superiores aos nossos. Nos Açores, a consequência mais previsível será a redução da eficiência, o aumento das desigualdades e a desmotivação dos trabalhadores do setor privado e também do público em geral”, justifica.

Além disso, acrescenta, é “inaceitável que, numa região que enfrenta uma grave falta de recursos humanos e com ‘deficits’ orçamentais consecutivos, o próprio Estado decida reduzir o tempo de trabalho dos seus colaboradores, agravando o fosso entre o setor público e o setor privado”.

Para a CCIPD, o Governo Regional “deveria concentrar-se em melhorar o funcionamento dos serviços públicos, reforçar os recursos humanos onde eles escasseiam e criar condições para o crescimento do setor produtivo, em vez de promover medidas simbólicas e desajustadas da realidade”.

Assim, “este não é o momento, nem o contexto, para experiências sociais de fundamento duvidoso”, salienta.

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