Autor: Nuno Martins Neves
Pilares expostos, infiltrações várias e paredes rachadas. Esta é a realidade vivida pelos alunos, professores e auxiliares de educação da Escola Secundária da Ribeira Grande (ESRG) nos últimos anos. A denúncia é feita pela Associação de Pais e Encarregados da Educação da ESRG, que apela às instituições competentes uma atuação célere.
Segundo Duarte Cabral de Melo, presidente da associação de pais, esta é uma situação “visível a olho nu” e que se arrasta “há algum tempo”, tendo sido denunciada pela atual associação (eleita em 2022), pela sua antecessora, bem como pelo anterior e atual conselho executivo da ESRG, com quem a Associação de Pais e Encarregados de Educação da secundária ribeira-grandense está em “clara consonância”.
“Todo o edifício, se
não tiver manutenção, não vai melhorar, só vai piorar. Recentemente, na
zona de passagem do pessoal docente, caiu um bloco de cimento. Além de
que as exigências hoje em dia são maiores, com o impacto na parte
elétrica pela aposta no ensino digital”, explica o representante dos
pais dos alunos da secundária da Ribeira Grande.
Duarte Cabral de
Melo diz que já reivindicaram uma atuação por parte da Direção Regional
da Educação (DRE), visto que é uma escola antiga e que não tem
manutenções há algum tempo. “O telhado foi reparado há cinco, seis anos,
desde então não houve mais nenhuma intervenção”, afirma.
A falta de condições é tal que, após uma auditoria, o edifício da ESRG foi excluído do Plano Municipal de Emergência do município da Ribeira Grande, “face às degradações estruturais aparentes”.
“Tivemos conhecimento disto em setembro de 2024 e contactamos, consecutivamente, a DREpara saber do plano de manutenção”, diz Duarte Cabral de Melo. Aresposta “muito ambígua”, referia que iria ser lançado um concurso para a elaboração de um estudo sobre a escola, até 31 de dezembro. “Mas até ao momento, não tivemos qualquer resposta”, acrescenta.
Não ficando apenas pelos alertas institucionais, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da ESRG remeteu uma carta à Presidência do Governo, expressando a sua preocupação e apelando a que José Manuel Bolieiro visite o estabelecimento de ensino para que possa aferir “in loco” das condições do edifício.
Mas não só: “Convidamos todos os deputados regionais naturais da Ribeira Grande a visitarem a nossa escola, o que aconteceu esta segunda-feira”. Compareceram os deputados Carlos Silva (PS), Luís Raposo e Délia Melo (PSD) e Pedro Neves (PAN), “que puderam assistir à degradação estrutural, às infiltrações, aos pilares que estão com o ferro rebentado, bem como a parte elétrica, que atinge temperaturas elevadas em algumas alturas do dia, segundo o relato os próprios técnicos que estiveram no local”, diz Duarte Cabral de Melo.
Perante o
alerta, o presidente da associação de pais da secundária da Ribeira
Grande exortou os deputados regionais para que o próximo Orçamento da
Região contemple verba para a manutenção da ESRG, “além da elaboração de
uma planificação das intervenções que a escola secundária necessita”.