Açoriano Oriental
CTT responsabiliza transporte aéreo por falhas no serviço com os Açores

O presidente da comissão executiva dos CTT, João Bento, responsabilizou o transporte aéreo entre o continente e os Açores por 25% dos dias do ano estarem “profundamente abaixo da capacidade” contratualizada em termos de expedição de correio

CTT responsabiliza transporte aéreo por falhas no serviço com os Açores

Autor: Lusa/AO Online

João Bento afirma que, em “25% dos dias do ano não houve a capacidade contratualizada com as companhias aéreas”, sendo que esta “dificuldade foi muito agravada com decisões da SATA recentes” relacionadas com a "alteração do número de voos" e "tempos de atendimento" para expedir a carga dos CTT.

O gestor dos CTT foi hoje ouvido em sede da comissão parlamentar de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação da Assembleia da República, a pedido do deputado do PSD Paulo Moniz, eleito pelo círculo eleitoral dos Açores.

João Bento apontou que existe “menos capacidade” da que está contratualizada em termos de serviço público prestado pelos CTT.

Para o responsável, existem “restrições estruturais que não podem ser ultrapassadas se não for resolvida a questão da carga aérea”, sendo que “o problema principal neste momento chama-se SATA”.

João Bento defendeu que uma vez que “a dotação para o serviço público de correio é zero”, “seria interessante garantir o funcionamento no mercado através do Orçamento do Estado ou do Governo Regional”.

O administrador defendeu que “um avião dedicado era uma solução” para assegurar com qualidade do serviço para os Açores, que poderia ser partilhado e melhoraria a concorrência.

O responsável reiterou a necessidade de o Estado custear os serviços “para suprir as questões de coesão territorial”.

O deputado responsável pela audição do gestor dos CTT, o social-democrata Paulo Moniz, considerou que é de “extrema importância conhecer os níveis de serviço prestados [pelos CTT] para cada grupo de ilhas”, visando “conhecer as diferenças que subsistem”.

“Sinto um baixar braços de quem encara a questão com um certo fatalismo”, afirmou Paulo Moniz, defendendo que “as soluções têm de aparecer”, com vista a melhorar o serviço prestado pelos CTT.

A deputada Ana Martins (Chega) considerou que o serviço prestado está “muito abaixo dos índices de qualidade”, o que é “inaceitável num Estado de direito”.

A parlamentar eleita pelos Açores declarou que o “fecho de várias estações” e diminuição dos recursos humanos” não contribuem para a qualidade do serviço prestado e que se está a tratar os açorianos como “portugueses de segunda qualidade”.

De acordo com a parlamentar, o Estado “tem a obrigação de garantir a fiscalização” da prestação do serviço por parte dos CTT.

O socialista Francisco César considerou, por seu turno, que “o serviço [dos CTT] não é bom”, sendo prestado pela SATA porque esta se disponibilizou para o efeito, apesar de haver outras operadoras aéreas no mercado.

Apontou exemplos dos atrasos verificados do continente para os Açores e entre ilhas, de 15 a 20 dias, o que faz com que os açorianos se sintam “cidadãos de segunda”, e destacou também os atrasos “com filas” até três horas no acesso aos postos dos CTT, o que se agudiza quando se trata do levantamento das prestações sociais.

Francisco César reforçou que quando há colisão com o pagamento do subsídio social de mobilidade “é o caos total” no serviço prestado pelos CTT.


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