Autor: Lusa/AO Online
Em frente ao Parlamento, os manifestantes empunharam cartazes com palavras de ordem como “um teto para cada vida, a dignidade não tem preço” ou “não à exclusão, não à marginalização”.
“Perdemos a nossa casa [...] mas fomos excluídos das ajudas sem explicações. É uma grande injustiça”, disse Ibrahim Achkijou, que afirma ainda viver "num contentor" a sudoeste de Marraquexe (centro).
“Vivemos em condições difíceis numa garagem e dizem-nos que não temos direito à ajuda, o que não é normal”, afirmou, por seu lado, Aïcha Ouchane, que veio com a mãe do oeste de Ouarzazate, a cerca de 500 quilómetros a sul da capital.
Cerca de três mil pessoas morreram e mais de 55 mil habitações ficaram danificadas, principalmente em zonas montanhosas remotas perto de Marraquexe, no sismo de 08 de setembro de 2023.
O terramoto registou uma magnitude de 7 na escala aberta de Richter, de acordo com o Instituto de Geofísica de Marrocos.
Um total de 45.880 habitações foram reconstruídas nas províncias de Al Haouz, Chichaoua, Taroudant e na cidade de Marraquexe, de acordo com o último balanço oficial, que não inclui as províncias de Ouarzazate e Azilal.
A ajuda destinada à reconstrução e reabilitação ultrapassou os 396 milhões de euros, enquanto os subsídios mensais de 236 euros concedidos aos sobreviventes representaram mais de 226 milhões de euros, de acordo com os números oficiais publicados em julho.
As autoridades marroquinas desbloquearam também um programa de ajuda de 11.000 milhões de euros para a reconstrução e valorização socioeconómica das províncias afetadas pelo terramoto, ao longo de cinco anos.