Açoriano Oriental
Gulbenkian financia projetos para apoiar jovens NEET

Açores integram a iniciativa “Gulbenkian Empregar”, que vai financiar projetos para apoiar jovens NEET e em empregos precários, visando reforçar a qualificação e criar oportunidades de trabalho digno na Região

Gulbenkian financia projetos para apoiar jovens NEET

Autor: Ana Carvalho Melo

A Fundação Calouste Gulbenkian vai financiar até 20 projetos inovadores no âmbito da iniciativa “Gulbenkian Empregar”, que inclui os Açores entre as regiões prioritárias e pretende apoiar soluções locais que promovam a qualificação, o emprego digno e a mobilidade social dos jovens.

Em entrevista ao Açoriano Oriental, Pedro Cunha, responsável pela iniciativa “Gulbenkian Empregar”, explicou que esta visa “aumentar a segurança financeira, os níveis de emprego e de qualificação dos jovens que nem estudam nem trabalham (designados NEET, na sigla em inglês), estimulando a sua mobilidade social e geográfica”.

Com esse objetivo, será criada “uma rede de projetos inovadores e com forte potencial de generalização para a qualificação e empregabilidade de grupos vulneráveis”.

“Em função das necessidades, poderão incluir-se ações como o desenvolvimento de literacias básicas (linguística, digital, financeira, entre outras); estímulo ao autoemprego; desenvolvimento de competências sociais, emocionais e profissionais (técnicas); requalificação e reconhecimento de competências; estágios; orientação profissional; apoio à regularização de documentação e à legalização de imigrantes; criação ou alargamento de redes locais de emprego, entre outras estratégias”, explicou.

Para tal, a iniciativa “Gulbenkian Empregar” irá financiar projetos inovadores, sendo que podem candidatar-se até ao dia 15 de setembro entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, que liderem consórcios nos quais podem estar incluídas ONG, empresas, autarquias e outras instituições públicas relevantes, incluindo escolas, centros de emprego e de formação.

Sobre a importância da implementação deste projeto, Pedro Cunha realçou que, em Portugal, os jovens têm uma grande dificuldade em integrar-se no mercado de trabalho com condições dignas.

“A taxa de desemprego dos jovens, em 2024, foi quatro vezes superior à média nacional, situando-se acima dos 21% nos jovens entre os 16 e os 24 anos, muito acima da média europeia. Num contexto económico de pleno emprego, é importante valorizar o talento do país, encontrando formas de conciliar a procura com a oferta, criando oportunidades para que os jovens desenvolvam competências e para que as empresas beneficiem do seu potencial”, referiu Pedro Cunha.

Nos Açores, dado que a Região apresenta uma percentagem de NEET elevada - mais de 50% acima da média nacional, com particular incidência nas raparigas (16,5% em 2024) - o  responsável pela iniciativa “Gulbenkian Empregar” revela que o objetivo será “encontrar e apoiar soluções relevantes na região, que tenham um grande potencial para se manter após o financiamento da Fundação Gulbenkian, apoiando jovens na sua jornada para o mercado de trabalho”.

Esta iniciativa prevê apoiar até 20 projetos, no valor máximo de 100 mil euros cada, com uma duração de até 18 meses. “A meta é chegar a pelo menos mil jovens, conseguindo que pelo menos 75% se qualifiquem, encontrem emprego digno ou aumentem os seus rendimentos. No longo prazo, pretende-se que pelo menos 50% das metodologias apoiadas que provarem a sua eficácia sejam escaladas e/ou internalizadas na política pública”, revela.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.