Autor: Lusa/AO Online
A informação foi avançada pelo meio online Axios e confirmada por fontes da Casa Branca, que pediram anonimato, às agências noticiosas Associated Press (AP) e France-Presse (AFP).
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem pressionado Trump a fornecer a Kiev mísseis Tomahawk, o que permitiria às forças ucranianas atacar mais profundamente o território russo.
Trump disse no domingo que planeava discutir a questão dos mísseis de longo alcance com Putin como forma de o pressionar a acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia.
"Eles querem ter Tomahawks nessa direção? Acho que não", disse Trump no domingo, acrescentando: “Acho que posso falar com a Rússia sobre isso".
Zelensky argumentou que tais ataques ajudariam a obrigar Putin a levar mais a sério os apelos do líder norte-americano para negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia para acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022.
O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou contra o fornecimento de Tomahawks a Kiev, dizendo que seria "uma nova escalada" e afetaria as relações entre Washington e Moscovo.
O encontro desta sexta-feira será o terceiro entre Zelensky e Trump desde que este regressou à Casa Branca, em janeiro.
Com um frágil cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas e um acordo para libertar os reféns detidos na Faixa de Gaza há mais de dois anos, o líder norte-americano declarou que agora está a focar a sua atenção na situação na Ucrânia.
O fim das guerras na Ucrânia e em Gaza foi fundamental para a campanha presidencial de Trump em 2024, na qual criticou persistentemente a gestão de conflitos do então presidente democrata, Joe Biden.
No entanto, tal como o seu antecessor, Trump também foi travado por Putin, uma vez que pressionou, sem sucesso, o líder russo a manter conversações diretas com Zelensky para pôr fim à guerra, que se aproxima do seu quarto ano.
Mas recém-saído do cessar-fogo em Gaza, Trump está a mostrar uma nova confiança de que pode finalmente avançar em direção ao fim da invasão russa.
Também está a dar sinais de que poderá aumentar a pressão sobre Putin se o chefe de Estado russo não se sentar à mesa das negociações em breve.
"Curiosamente, fizemos progressos hoje, por causa do que aconteceu no Médio Oriente", disse Trump sobre a guerra Rússia-Ucrânia na noite de quarta-feira.
No início desta semana, em Jerusalém, num discurso no parlamento israelita (Knesset), Trump previu que a trégua em Gaza lançaria as bases para os Estados Unidos ajudarem Israel e muitos dos seus vizinhos do Médio Oriente a normalizar as relações.
Mas Trump também deixou claro que a sua principal prioridade de política externa agora é acabar com o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"Primeiro temos de tratar da Rússia", disse Trump, dirigindo-se ao seu enviado especial Steve Witkoff, que também serviu como principal interlocutor da administração norte-americana com Putin.
"Temos que fazer isso. Se não se importa, Steve, vamos concentrar-nos na Rússia primeiro, está bem?", questionou, dirigindo-se ao enviado especial.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.