Autor: Lusa/AO Online
"Há uma porta aberta, sempre, como em várias outras matérias, para que possamos aprimorar os mecanismos de combate à fraude e ao acesso injusto às prestações sociais", declarou Hugo Soares aos jornalistas, na Assembleia da República.
O líder parlamentar do PSD, que tinha sido questionado sobre as reivindicações do Chega de limitação do acesso dos imigrantes a apoios sociais, referiu que essa matéria ficou "completamente excluída" da revisão da lei de estrangeiros hoje aprovada numa nova versão.
Quanto a futuras alterações legislativas, Hugo Soares deixou a "porta aberta", sem falar em concreto de imigrantes, colocando a questão no âmbito do "combate ao abuso e à fraude" e também ao "acesso injusto" aos apoios sociais, que afirmou ser uma preocupação antiga do PSD.
"Fez sempre parte do nosso ADN. Portanto, desse ponto de vista nós não precisávamos de fazer nem nenhuma cedência nem nenhum acordo com qualquer partido", sustentou, numa alusão ao Chega.
"No que diz respeito ao combate ao abuso e à fraude, o PSD e o Governo farão de tudo para que as prestações sociais sejam atribuídas a quem delas precisa", reforçou Hugo Soares.
A nova versão da revisão da chamada lei de estrangeiros foi hoje aprovada em plenário com votos a favor de PSD, CDS-PP, Chega, IL e JPP, e votos contra de PS, Livre, PCP, BE e PAN, após o chumbo do Tribunal Constitucional em agosto.
Sobre esta matéria, Hugo Soares alegou ter dialogado "com todos os partidos" e considerou que "o PS tem uma visão de portas escancaradas que o Governo não tem", mas "está a fazer um caminho", enquanto o PSD quer "imigração regulada e humanista".
Questionado se houve um acordo com o Chega, o líder parlamentar do PSD retorquiu: "E com o JPP e com a IL? Se quer tratar de acordos, porque eles votaram a favor das nossas propostas, então falemos de tudo. É que eu não tenho problema nenhum nisso, mas é só para sermos sérios".