Autor: André Medina/ Lusa
João Medeiros terminou ontem a sua participação na 86.ª Volta a Portugal em bicicleta.
Na 10.ª e última etapa da versão 2025 da prova “rainha” do ciclismo nacional - o contrarrelógio que se disputou em Lisboa -, o atleta da Credibom/L.A. Alumínios/Marcos Car (LAA) foi 47.º classificado, a 1 minuto (m) e 53 segundos(s) de Rafael Reis, da Anicolor-Tien21, ciclista que já havia vencido o prólogo, na Maia, prova que inaugurou a 86.ª edição da “Volta”.
Face a esta prestação, o “furacão dos Açores” segurou a 19.ª posição da classificação geral e garantiu a sua segunda melhor prestação na competição -Medeiros foi 18.º em 2022 -, a 12m25 do russo Artem Nych (Anicolor-Tien21), vencedor da 86.ª edição da Volta a Portugal e bicampeão em título.
O vencedor do contrarrelógio Rafael Reis reservou ontem um lugar na “tímida” festa de encerramento da 86.ª Volta a Portugal em bicicleta, que consagrou Artem Nych e a dominadora Anicolor-Tien21 como bicampeões e promoveu Byron Munton ao pódio.
Foi um fim de Volta “estranho”: quando cortou a meta, o russo de 30 anos nem festejou, talvez aliviado por finalmente consumar a sua anunciada e incontestável vitória após ter envergado a amarela logo à quarta etapa e colocar um ponto final nas “pesadas” obrigações inerentes a esse símbolo, que lhe roubaram o sorriso nos últimos dias.
Ao contrário da euforia desmedida do ano passado, ontem a celebração da Anicolor-Tien21 foi discreta, mesmo tendo a equipa de Águeda fechado esta edição com nova vitória de Rafael Reis, que já tinha ganhado o prólogo e “bisou” ontem e ao cumprir o “crono” de 16,7 quilómetros (km) em Lisboa em impressionantes 18m55s.
Primeiro camisola amarela da Volta2025, o corredor de Palmela “voou” a uma média de 52,969 km/h, ultrapassou três ciclistas que tinham partido antes dele e somou a 11.ª vitória na prova “rainha” do ciclismo português, aquela em que mais costuma brilhar.
A 10.ª etapa foi “ingrata” para Jesús Peña (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), que prometia ser o maior adversário de Nych e nem no pódio ficou: o colombiano perdeu 34 segundos para Byron Munton (Feirense-Beeceler), de quem estava separado por apenas um segundo, e caiu para o quarto lugar da geral, a 02m24s.
Em estreia na Volta, o sul-africano, que venceu na Senhora da Graça, foi terceiro, a 1m51s, atrás do francês Alexis Guérin (Anicolor-Tien21), que manteve o seu segundo lugar, a 1m15s do seu colega.
A vitória do russo estava tão anunciada que a sua “festa de consagração” até começou horas antes com uma ação promocional da prova, onde distribuiu autógrafos e tirou fotografias, abdicando de um merecido descanso.
“Estou muito contente por ganhar a segunda vez. […] Esta vitória é muito diferente da do ano passado. Se calhar, foi uma vitória com mais confiança”, descreveu.
Marcada pelo domínio absoluto da Anicolor-Tien21, campeã também por equipas, e pela timidez dos ataques dos adversários na luta pela geral, a “morna” 86.ª edição teve ainda como “vencedora” a Israel Premier Tech Academy, que ganhou quatro etapas, o dobro das conquistadas por Reis e Nicolás Tivani.
O argentino da Aviludo-Louletano-Loulé viu o sonho da geral desvanecer-se à segunda tirada, mas sai desta Volta com dois triunfos e segunda vitória consecutiva na classificação por pontos, um “bis” alcançado também por Hugo Nunes (LAA), novamente “rei” da montanha, como em 2020.
Pela primeira vez em seis anos, um português ganhou a classificação da juventude, com Lucas Lopes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) a aguentar a aproximação de Zac Marriage (Israel Premier Tech Academy) para suceder a Emanuel Duarte, o portador da camisola branca na edição de 2019.