Açoriano Oriental
Governo 'convida' EDP e REN a investir em infraestruturas energéticas na Europa
 O secretário de Estado da Energia convidou as recentemente privatizadas EDP e REN a concorrerem a projetos de infraestruturas energéticas na Europa para o qual existe um plano de investimento de 200 mil milhões de euros até 2020.

Autor: Lusa/AO online

Henrique Gomes, que falava na conferência do Diário Económico "O mercado das infraestruturas", disse que a privatização das duas empresas veio dar "uma vantagem competitiva, capacidade financeira e um foco estratégico na sua internacionalização, nomeadamente na Europa".

Sendo assim, continuou o secretário de Estado, "caso a REN e a EDP estejam interessadas nas redes transeuropeias, e acho que estão, Portugal poderia constituir um 'cluster' tendo como âncora essas empresas", abrindo assim caminho para as mais pequenas, "como a Efacec ou a Novabase", acrescentando que "é uma das poucas vias para potenciar as oportunidades que o país tem nos próximos tempos".

Henrique Gomes adiantou que o novo 'cluster' "deveria ter uma estrutura de lóbi em Bruxelas com o apoio do Governo" até para colmatar a debilidade das empresas portuguesas de infraestruturas energéticas, que não têm "dimensão para gerir portfolios grandes e capacidade de financiamento".

Para o governante, "o lóbi na Comissão Europeia é atualmente fundamental", adiantando que as empresas portuguesas têm "de dar atenção ao que o Banco Europeu de Investimento, o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvimento estão a fazer".

Henrique Gomes observou que esta pode ser uma forma de as empresas sairem da crise até porque haverá em Portugal "excesso de capacidade instalada até final da década" e "não haverá oportunidades de novos contratos", acrescentando que "a saída é a reestruturação e a internacionalização, já que a Europa tem previstos cerca de 200 mil milhões de euros em investimentos em infraestruturas entre 2014-2020".

O secretário de Estado alertou também para a necessidade de uma terceira ligação de transporte de gás a Espanha, para além do gasoduto de Campomaior e do terminal de Sines. "Este tipo de infraestrutura tem o apoio da União Europeia e pode concorrer a verbas no valor de 9 mil milhões de euros", disse.

Henrique Gomes reconheceu que atualmente a terceira ligação de gás a Espanha "justificar-se-á mais por segurança e não tanto pelo mercado", mas acredita que a longo prazo irá compensar os investidores porque o novo gasoduto "seria competitivo na Península Ibérica" quando esta se transformasse num 'hub' para os países da Europa Central, demasiados dependentes do gás da Rússia e do Leste.

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