Autor: Lusa/AO Online
Zelensky reagia às declarações proferidas na quinta-feira pelo Presidente dos Estados Unidos, durante um encontro na Casa Branca com os homólogos de cinco países da Ásia Central: Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turquemenistão.
Na mesma reação, o líder ucraniano acusou a Rússia de enviar a Trump “falsos sinais” para adiar a aplicação de novas formas de pressão.
O Presidente ucraniano frisou que Moscovo está a enviar “alguns sinais” com vista a negociações, “que não passam de uma tentativa de atrasar novas represálias”.
“Fazem tudo isto apenas para adiar as decisões do Presidente dos Estados Unidos. Fizeram-no no início do mandato de Trump, prometendo constantemente (...), demonstrando aparentemente vontade de pôr fim à guerra e, depois, passo a passo, têm vindo a revelar o contrário, a falta de vontade”, afirmou Zelensky, numa conferência de imprensa.
O chefe de Estado ucraniano sustentou que a Rússia adota esta postura por receio da resposta dos Estados Unidos, seja sob a forma de sanções económicas ou de fornecimento à Ucrânia de armamento de maior calibre.
“Quando viram as primeiras medidas em matéria de sanções, perceberam o que poderia acontecer depois”, referiu.
Nesse sentido, o líder ucraniano manifestou confiança de que Trump acabará por autorizar a entrega de mísseis Tomahawk a Kiev.
“Este assunto já está em cima da mesa. É apenas uma questão de tempo”, indicou, citado pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Zelensky acrescentou que “Trump não se opôs” e que “diversas instituições”, numa alusão ao Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano), deram sinais positivos sobre essa possibilidade, tal como os próprios fabricantes dos mísseis de longo alcance.
“Em caso de sinal positivo, ficarão satisfeitos em transferir-nos ou vender-nos os sistemas correspondentes”, concluiu Zelensky.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.