Autor: Ana Carvalho Melo
A Ordem dos Arquitectos outorgou o Estatuto de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos ao arquiteto açoriano Eduardo Read Teixeira, a título póstumo.
Na cerimónia que decorreu na passada quarta-feira na sede nacional da Ordem em Lisboa, Nuno Costa, presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos, apresentou o percurso de vida de Eduardo Read Teixeira e congratulou o homenageado, na pessoa da sua filha, Maria Madalena.
“No século XX, Eduardo Read Teixeira foi personalidade ímpar no contexto açoriano, deixando uma indiscutível marca identitária, arquitetónica e histórica, tendo contribuído indubitavelmente para uma mudança de paradigma na Região Autónoma dos Açores, com projetos de obras de arquitetura moderna, tais como a Casa Deodato Soares, na Avenida Gaspar Frutuoso, a antiga Escola Industrial e Comercial, ambas em Ponta Delgada, e a Igreja de S. José, na Ribeira Chã, Lagoa”, afirmou o arquiteto Nuno Costa, citado em nota enviada à comunicação social.
Na ocasião, além da homenagem a Eduardo Read Teixeira, também foram distinguidos os arquitetos Alberto Cruz Reaes Pinto, António Porfírio de Sousa Maia, José Manuel Castanheira, José Manuel dos Santos Gigante e Miguel Rocha, Ana Isabel de Melo Ribeiro (historiadora), o engenheiro civil Danilo Matos e a Fundação Bissaya Barreto (IPSS, Coimbra), revela a mesma nota.
Eduardo Read Henriques Teixeira nasceu em 1914 na cidade de Ponta Delgada e faleceu em Lisboa, em 1992. Formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa e foi o primeiro açoriano a obter o Diploma de Arquitetura, em 1948. Descendente de uma família da nobreza local e de uma família inglesa – os Read –, cresceu na Casa da Magnólia, na ilha de São Miguel, onde usufruiu do melhor que a ilha possuía e tinha para oferecer.
Durante o seu percurso profissional, além dos diversos cargos que desempenhou nos Ministérios das Obras Públicas, da Economia e da Saúde e Assistência, foi professor de arquitetura na ESBAL e integrou a Comissão das Construções Hospitalares, onde coordenou e projetou hospitais para todo o país, proferiu conferências e organizou a 1.ª Exposição Mundial de Arquitetura Hospitalar.
Como arquiteto independente, elaborou inúmeros projetos para Portugal Continental e para o Arquipélago dos Açores.