Açoriano Oriental
Ucrânia
Moscovo e Kiev acordam “cessar-fogo localizado" para reparar central nuclear

As autoridades da Rússia e da Ucrânia acordaram um novo “cessar-fogo localizado” em torno da central nuclear de Zaporijia para se procederem a reparações para evitar um eventual acidente nuclear, indicou hoje a AIEA

Moscovo e Kiev acordam “cessar-fogo localizado" para reparar central nuclear

Autor: Lusa/AO Online

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), Rafael Grossi, disse ter mediado os esforços do cessar-fogo local para se efetuarem as reparações da maior central nuclear da Europa e sob controlo das tropas russas desde 2022.

“[O cessar-fogo] abre caminho a trabalhos de reparação destinados a reforçar a ligação das instalações à rede elétrica e a evitar um acidente nuclear”, sublinhou.

O acordo, que permitiu o início das operações de desminagem e outros preparativos junto à linha Feroplavna-1, cortada há seis meses, foi alcançado duas semanas depois de o fornecimento elétrico à central ter sido restaurado, após a reparação do cabo que manteve as instalações às escuras durante um mês.

Segundo a AIEA, os trabalhos de reparação arrancarão sábado, com o objetivo de voltar a conectar a linha à central “nos próximos dias”, o que dará à instalação acesso a duas linhas de fornecimento elétrico, depois de ter sido reparada, em outubro, a linha Dniprovska.

O plano inicial previa a reparação simultânea de ambas as linhas em outubro, com dois cessar-fogos localizados e temporários. Contudo, foram posteriormente detetados danos adicionais na referida linha, numa zona mais próxima da central e fora das áreas abrangidas pelo cessar-fogo, o que atrasou a conclusão das obras e a reconexão.

Grossi salientou que as reparações de outubro foram “extremamente importantes para a segurança nuclear”, mas advertiu que “não é suficiente dispor apenas de uma linha elétrica de fornecimento para a central, que antes da guerra tinha dez”.

“Ambas as partes reconhecem os riscos que implica uma perda prolongada de energia, bem como a limitada redundância de fornecimento externo numa instalação nuclear”, afirmou, acrescentando que Moscovo e Kiev “colaboraram de forma construtiva para permitir que estas reparações vitais pudessem ser realizadas”.

Apesar disso, advertiu o diretor-geral, “a situação geral da segurança nuclear na central de Zaporijia continua extremamente precária”.

“Só poderemos celebrar quando esta devastadora guerra terminar sem um acidente nuclear”, concluiu Grossi, numa alusão à invasão da Ucrânia iniciada pelas forças russas em fevereiro de 2022.

Os seis reatores da central nuclear não produzem eletricidade há mais de três anos e permanecem desligados, embora ainda necessitem de energia para manter em funcionamento os sistemas de arrefecimento dos núcleos dos reatores e do combustível usado, a fim de evitar um desastre nuclear que provoque uma fuga radioativa.

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