Açoriano Oriental
Gruta do Carvão é palco de dois espetáculos do saxofonista açoriano Luís Senra

A Gruta do Carvão, em Ponta Delgada, nos Açores, vai acolher, nos dias 12 e 13 de novembro, dois espetáculos intimistas do saxofonista Luís Senra, nos quais o músico “se envolve no ambiente natural”, disse hoje a organização.

Gruta do Carvão é palco de dois espetáculos do saxofonista açoriano Luís Senra

Autor: Lusa


Os dois espetáculos "Ali, onde já foi lava", organizados pela Associação Ecológica Amigos dos Açores, entidade que gere a Gruta do Carvão, estão agendados para as 21:00 locais (mais uma hora em Lisboa) e são limitados a 30 pessoas.

“‘Ali, onde já foi lava’ é uma experiência musical e artística que acontece em cavidades vulcânicas, lugares que a lava incandescente um dia ocupou, mas onde agora resta apenas um espaço vazio. São vestígios de um vulcão em erupção que expandiu os seus limites além do seu centro, deixando para trás corredores, salas e passagens secretas que nos conduzem a lugares inexplorados”, descreveu a associação.

E acrescentou: “Que segredos guardam estes lugares? Que memórias doutros tempos repousam nas suas paredes feitas de rocha? Que melodias, sensações e memórias podem ser extraídas, auscultadas e sentidas?”.

Não é a primeira vez que o local recebe espetáculos musicais intimistas, referindo o presidente da direção da Associação Ecológica Amigos dos Açores, Diogo Caetano, que os artistas que já ali atuaram “referem sempre uma acústica muito particular e distinta dos outros locais onde costumam normalmente atuar”.

Desta vez, a organização convidou Luís Senra, um saxofonista da ilha de São Miguel, “que tem uma performance de improvisação muito interessante, e que, de certa forma, […] se envolve no ambiente natural da própria Gruta do Carvão”.

“Já tocou várias vezes na Gruta do Carvão e também já percorreu as restantes ilhas, relativamente às grutas visitáveis, a tocar, no Algar do Carvão, na Terceira, na Gruta das Torres, no Pico, na Furna do Enxofre, na Graciosa, também na procura dessa experiência com os elementos da Terra, do interior da Terra, do vulcanismo e da espeleologia em concreto”, admitiu o responsável em declarações à agência Lusa.

Na opinião de Diogo Caetano, a nova presença do músico na Gruta do Carvão “será, certamente, mais uma atuação que, depois, não terá repetição, uma vez que, como é de improviso, será, com certeza, mais um momento único”.

O saxofonista atuará dois dias seguidos, pois só é possível disponibilizar 30 lugares e, “normalmente, enchem com alguma facilidade”.

“Asseguramos logo dois dias consecutivos, para dar oportunidade a pessoas diferentes de poderem assistir, porque não vamos, não pretendemos, nem é o âmbito, termos mais público do que aquelas 30 pessoas”, justificou.

O espaço onde Luís Senra vai tocar tem o ambiente adequado em termos acústicos, tem chão de betão, e as pessoas ficam a assistir ao concerto sem gerarem “pressão sobre o meio, porque é um local que já foi artificializado”.

A sala tem dois pisos e uma abertura para um troço superior, onde circulou um outro túnel de lava e, “de certa forma, está ali criada uma ambiência quer cénica, quer acústica, quer também do ponto de vista da envolvência adequada ao momento sempre reflexivo, sempre intimista e sempre de ligação entre as pessoas e também com os elementos da natureza subterrânea”, explicou o presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores.

Luís Senra é um músico e artista natural de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

O músico “desenvolve um corpo de trabalho que procura a exploração dos lugares que percorremos e ocupamos enquanto elemento de autorreferência, expansão de consciência, transformação pessoal e sentimento de pertença, através de experiências e performances que convidam e valorizam a observação, exploração, reconhecimento, reflexão e significação”, lê-se no texto sobre o espetáculo que terá cerca de uma hora de duração.

O bilhete para a performance "Ali, onde já foi lava", que o músico vai interpretar no interior da Gruta do Carvão, custa sete euros para sócios da associação organizadora e 15 para não sócios.


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