Açoriano Oriental
Julgamento Joseph Fritzl
Tribunal visionou parte do vídeo com testemunho de Elisabeth
O tribunal de Sankt Poelten, onde  teve início esta segunda feira o julgamento de Josef Fritzl, acusado de ter mantido em cativeiro e de ter violado a filha durante 24 anos, visionou a primeira parte do testemunho gravado de Elisabeth Fritzl.

Autor: Lusa/AO Online

"Durante a tarde, começou a ser exibido o vídeo com o testemunho da filha Elisabeth. Será retomado amanhã (terça-feira) e tem uma duração total de cerca de 11 horas", disse o porta-voz do Tribunal de Sankt Poelten, Franz Cutka, após a primeira audiência do julgamento.

No vídeo, Elisabeth Fritzl, 42 anos, relata os 24 anos de cativeiro numa cave com 40 metros quadrados, sem janelas ou ventilação, onde foi violada regularmente pelo pai e deu à luz, sozinha, sete filhos, um dos quais morreu dois dias depois do nascimento, em 1996.

O depoimento foi gravado na presença da procuradora do Ministério Público encarregue do caso, Christiane Burkheiser, e do advogado de Josef Fritzl, Rudolf Mayer, que questionaram a vítima.

A opção de gravar o depoimento em vídeo foi justificada pela necessidade de proteger a principal vítima, que assim evitava o confronto directo com o agressor no julgamento.

As restantes vítimas, a esposa de Fritzl, os seis irmãos e irmãs de Elizabeth e os seis filhos resultantes da relação incestuosa recusaram depor, por gravação ou no tribunal, em conformidade com o código penal austríaco, referiu o mesmo porta-voz.

A exibição do vídeo será retomada terça-feira de manhã na abertura do segundo dia de julgamento, realizado à porta fechada.

Josef Fritzl terá a oportunidade de refutar os acontecimentos relatados no vídeo, indicou o porta-voz do tribunal, sem revelar pormenores sobre o conteúdo da gravação.

"Serão distribuídos pequenos fragmentos durante o julgamento", adiantou.

O austríaco Josef Fritzl confessou-se hoje culpado dos crimes de violação, sequestro e incesto, mas não dos crimes de assassínio e escravatura.

Na primeira audiência do julgamento, que deverá durar uma semana, Fritzl descreveu uma infância difícil com a mãe solteira, que não o queria ter tido e que lhe batia.

Três juízes e oito jurados, quatro mulheres e quatro homens, vão decidir a punição de Josef Fritzl, que chegou ao tribunal escondendo a cara com uma grande pasta azul.

Se o tribunal der como provadas as acusações, Fritzl poderá ser condenado a prisão perpétua.

O veredicto está previsto para sexta-feira, mas, segundo o porta-voz do tribunal, o julgamento poderá terminar já na quinta-feira.

"Isso vai depender do desenvolvimento das discussões dos jurados", concluiu Franz Cutka.

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