Autor: Lusa/AO Online
“Tem de haver um investimento sério na habitação pública. Temos de ter noção de que os municípios têm recursos financeiros limitados, por isso tem de haver uma parceria com o Governo Regional e, se calhar, com o Governo da República”, afirmou, em declarações à Lusa, o candidato da CDU.
Fábio Borges, de 37 anos, encabeça, pela primeira vez, uma candidatura a um cargo político.
O candidato da CDU disse que a lista que lidera é composta por “um grupo de cidadãos e trabalhadores que pretendem fazer parte da estrutura política”.
“A política está muito profissional, está pouco ligada aos cidadãos e às pessoas comuns. O que pretendemos é dar voz ao povo. Nós que somos o povo também queremos pertencer à política”, frisou.
Segundo o candidato, a alternância entre PS e PSD (por vezes em coligação com CDS-PP) não trouxe uma melhoria da qualidade de vida dos portugueses, nem dos cidadãos da Praia da Vitória.
“O PS tem constantemente uma política de irresponsabilidade, que gere mal os recursos, sem qualquer retorno para a sociedade. E depois vem a AD [PSD/CDS-PP] com a sua habitual austeridade e o ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores”, criticou.
No concelho da Praia da Vitória, Fábio Borges identificou a falta de habitação como uma das principais preocupações da população.
“É gravíssimo, sobretudo para as classes mais baixas, com menos rendimentos. Há pessoas que trabalham e não têm capacidade de recorrer ao crédito à habitação e isso é preocupante”, salientou.
O candidato da CDU defendeu a criação de apoios à recuperação de habitações devolutas e a colocação no mercado de casas a preços controlados, como as 13 habitações que o Governo Regional dos Açores disponibilizou, este ano, numa das freguesias do concelho.
“A urbanização de São Brás, que já se está a arrastar há mais de uma década e só agora, em cima das eleições, abriram os concursos, é um bom exemplo, mas tem de ser mais rápido e menos burocrático, para podermos resolver o problema da habitação”, apontou.
Fábio Borges destacou ainda a redução de população no concelho da Praia da Vitória, problema que, à semelhança da falta de habitação, atribui aos baixos salários.
“O município deve dar o primeiro passo para melhorar as condições dos trabalhadores do município e das empresas municipais”, defendeu.
O candidato criticou o processo negocial na empresa municipal Praia Ambiente, alegando que “o que os trabalhadores estão a pedir é bastante razoável”.
Outra das propostas de Fábio Borges é a criação de apoios para as pequenas e médias empresas e para os pequenos produtores.
Em 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições autárquicas na Praia da Vitória, elegendo quatro mandatos, com 45,39% dos votos. O PS ficou em segundo lugar, com 41,8%, elegendo três vereadores.
A candidatura independente “Esta é a nossa Praia”, liderada por um ex-vereador socialista, ficou em terceiro lugar com 9,83%, seguindo-se Chega (1,37%), BE (0,86%) e CDU (0,7%).
Na Assembleia Municipal, incluindo presidentes de juntas de freguesia, a coligação PSD/CDS-PP tem 16 deputados, o PS 14 e o grupo “Esta é a nossa Praia” dois.
Para as eleições autárquicas de 12 de outubro já foram anunciadas as candidaturas da atual autarca, Vânia Ferreira, pela coligação PSD/CDS-PP, de Marco Martins, pelo PS, de Francisco Lima, pelo Chega, e de Ricardo Toste pelo Bloco de Esquerda.