Açoriano Oriental
Implementação da rede de áreas marinhas protegidas nos Açores adiada para janeiro de 2026

O decreto legislativo regional que adia para 2026 a entrada em vigor da nova rede de áreas marinhas protegidas nos Açores foi publicado em Diário da República


Implementação da rede de áreas marinhas protegidas nos Açores adiada para janeiro de 2026

Autor: Lusa/AO Online

Aprovada em outubro de 2024, a Rede Regional de Áreas Marinhas Protegidas da Região Autónoma dos Açores (RAMPA), que previa abranger 30% do mar do arquipélago, devia ter entrado em vigor no dia 30 de setembro.

No plenário de setembro, a Assembleia Legislativa dos Açores decidiu, no entanto, adiar a entrada em vigor para o dia 01 de janeiro de 2026.

A proposta, subscrita pelo PS, maior partido da oposição, e por PSD, CDS-PP e PPM, partidos da coligação que governa os Açores desde 2020, foi aprovada apenas pelos subscritores, com os votos contra de IL e BE e a abstenção do Chega.

Segundo o decreto legislativo regional, que altera o diploma aprovado em 2024, o adiamento é justificado com o facto de “ser necessário salvaguardar que o mecanismo de apoio para a frota de pesca comercial tenha enquadramento legal antes da entrada em vigor do quadro legal da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, garantindo que não haverá qualquer tipo de impacto económico negativo no setor das pescas”.

É alegado ainda ser “imperativo que se conclua o estudo das fórmulas de compensação que se encontra a ser elaborado pela Universidade dos Açores e pela Universidade do Algarve, em consonância com as associações de pescas”.

O diploma refere também que é “necessário manter a estabilidade da safra do atum até ao final da sua época”.

Na discussão em plenário, os subscritores da proposta defenderam a necessidade de assegurar condições para que os pescadores não fossem prejudicados pela implementação da rede de áreas marinhas protegidas, alegando que era preciso definir primeiro os montantes das indemnizações a pagar por eventuais perdas de rendimentos.

O adiamento da entrada em vigor da rede de áreas marinhas protegidas foi, no entanto, contestada pelos deputados da IL, do BE e do Chega, que consideraram que a proposta representava um retrocesso e um mau sinal para o exterior.

O secretário regional do Mar e das Pescas, Mário Rui Pinho, disse em plenário que o adiamento resultava, em parte, da receção tardia de dados enviados pela Direção Geral dos Recursos Marítimos (DGRM), considerados essenciais para a elaboração do estudo de impacto socioeconómico.

“Não tivemos outra alternativa senão pedir para adiar este processo porque, após uma primeira reunião, os cientistas chegaram à conclusão de que não tínhamos a informação que necessitávamos para correr as análises para esse resultado”, justificou, na altura, o governante.

O parlamento dos Açores aprovou, em outubro de 2024, uma proposta apresentada pelo Governo Regional dos Açores tendo por base um trabalho conjunto com a Fundação Oceano Azul e a Waitt Foundation que permitiria aumentar para 30% as áreas marinhas protegidas (300 quilómetros quadrados), metade dos quais em regime de “proteção total”, com o objetivo de aumentar a preservação dos recursos marinhos, reduzir as atividades extrativas e tornar mais sustentável o uso do espaço marítimo nas ilhas.

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