Autor: Lusa/AO Online
Num comunicado onde são apresentadas as conclusões do Fórum CCIA - Encontro Empresarial dos Açores, os empresários propõem que seja criado um “plano de contingência, no caso de a solução para a Azores Airlines vir a ser o seu encerramento”, com “medidas e soluções que contemplem, nomeadamente, as atuais rotas e frequências” asseguradas pela companhia aérea.
A CCIA defende também a necessidade de a SATA Air Açores “disponibilizar maior oferta para dar resposta à procura nas ligações interilhas, sobretudo em algumas épocas do ano, para se evitar as situações que têm impedido a normal circulação de turistas e residentes”.
A posição surge numa altura em que está a ser negociada a privatização da Azores Airlines com o consórcio Newtour/MS Aviation, tendo o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) admitido a possibilidade de uma negociação particular ou o encerramento da companhia, caso não seja possível alcançar um acordo.
Segundo as conclusões do Fórum CCIA, que juntou empresários e associações de várias ilhas açorianas, os empresários pretendem que no Plano e Orçamento da região para 2026 seja dada “maior relevância para o setor privado” e sugerem a implementação de medidas para reduzir as despesas correntes de forma “contínua e consistente”.
“Tem que ser invertida a trajetória muito preocupante de agravamento do desequilíbrio entre as receitas e as despesas, que tem contribuído para o acentuar da situação difícil das finanças públicas regionais”, lê-se no comunicado.
Os empresários salientam que as execuções do Programa Operacional (PO) Açores 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem ser um “objetivo prioritário de toda a sociedade açoriana” em 2026.
“O Fórum dedicou especial atenção ao PRR, ao PO Açores 2030 e a outros fundos, constatando, com muita preocupação, que os mesmos apresentam baixas taxas de execução, o que significa que é indispensável um esforço muito significativo para alterar esta situação”, referem.
A organização alerta que o PRR nos Açores regista uma taxa de execução global de 42,7% e que “falta executar, em menos de um ano, mais do dobro do que foi executado desde 2021.
Assim, os empresários propõem a “criação de um plano que estabeleça uma inversão na trajetória de agravamento do endividamento público regional, com horizonte temporal de médio prazo”.
“Não é possível que a dívida pública regional continue a ter um crescimento contínuo”, salientam.
A CCIA defende também uma “estratégia forte de combate à sazonalidade” no turismo e a revisão do modelo de transporte marítimo e insiste numa revisão da Lei de Finanças Regionais e numa reforma da administração pública regional.
"O Fórum considerou que deve ser prioritário proceder a uma reforma do 'Estado regional', não podendo a região ficar à margem do que se está a passar a nível nacional nesta matéria. Os Açores necessitam de uma administração mais ágil, leve, desburocratizada", concluem.