Açoriano Oriental
Psiquiatria
Depressão custa milhões de euros por ano em perda de produtividade
A prevalência anual da depressão entre trabalhadores é de 6,4% e, só em 2010, o custo desta doença, em perda de produtividade, estimou-se em 72 milhões de euros, na União Europeia, revelou esta quinta-feira a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria.
Depressão custa milhões de euros por ano em perda de produtividade

Autor: Lusa/AO online

A propósito do Dia Europeu da Depressão, que se assinala na segunda-feira, este ano dedicado ao tema “Depressão em meio laboral”, a psiquiatra Lucinda Bastos adiantou ainda que, na população laboral, como na população geral, a depressão é duas vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.

A propósito, esta responsável da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) assinalou que a Organização Mundial de Saúde prevê que, em 2030, a depressão seja a principal causa de incapacidade.

Por isso alerta para a necessidade de tornar o combate a esta realidade uma prioridade dos decisores políticos, sublinhando que o Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016 “não dá especial destaque à problemática da saúde mental e do trabalho”, embora esteja contemplada.

Segundo Lucinda Bastos, o impacto da depressão no trabalho traduz-se em absentismo, diminuição da produtividade, aumento de erros e acidentes de trabalho, problemas disciplinares, tensão e conflitos, incapacidade prolongada e reforma precoce.

“Em altura de crise, isto atinge premência, porque as pessoas veem em risco o seu posto de trabalho”, salientou.

Em curso está uma campanha da Associação Europeia de Depressão (AED) dirigida aos decisores políticos, nomeadamente do Parlamento Europeu, que visa “transformar este combate em prioridade”.

A depressão é o problema mais prevalente entre as doenças mentais, as quais atingem 50 milhões de cidadãos europeus, ou seja, 11% desta população.

No mesmo universo, verificam-se 58 mil suicídios por ano, mais de metade dos quais praticados por homens.

O custo da doença mental corresponde a dois terços do Produto Interno Bruto da União Europeia, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho, mas a maior parte dos custos são indiretos e decorrem do impacto da doença na economia, sublinhou.

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