Autor: Lusa/AO Online
António Guterres participa na 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD), sob o tema “Cocriando Soluções Inovadoras com a África”, que acontece entre hoje e sexta-feira. No evento, vão ser debatidas questões sociais, económicas, sobre paz e segurança.
Guterres ressaltou que é o momento de acelerar os objetivos de desenvolvimento sustentável por meio de investimentos, reformas e parcerias, destacando as crises desencadeadas por conflitos, mudanças climáticas, tensões comerciais, fragmentação económica, aumento da dívida e crescentes desigualdades que ameaçam o desenvolvimento.
Entre as prioridades apontadas pelo secretário-geral está o “investimento em cadeias de valor globais sustentáveis e integração regional”, a “inovação digital, incluindo a inteligência artificial para o desenvolvimento”, e um “investimento nos jovens de África”. Por último, pediu que seja reconhecido que “a paz e a prosperidade andam de mãos dadas”, mencionando os conflitos em lugares como Sudão, República Democrática do Congo, Somália e na região do Sahel.
Para Guterres, o evento no Japão mostra que existem parcerias necessárias para concretizar a visão da África por um futuro justo, inclusivo e sustentável, pedindo soluções para construir um futuro de dignidade, oportunidades e paz.
Na vertente económica, o foco é tratar da “promoção do comércio e do investimento”. Já na questão da paz e estabilidade, a discussão será sobre a “garantia da dignidade e da segurança humanas”, acrescentou.
A TICAD é uma iniciativa do Governo japonês que começou a ser organizada em 1993. A sede tem sido partilhada alternadamente com a Tunísia, onde se realizou a edição anterior de 2022.
Segundo a imprensa japonesa, o Governo nipónico e empresas locais deverão assinar mais de 300 memorandos de entendimento com os responsáveis políticos e líderes empresariais africanos que se deslocaram a Yokohama, nos arredores de Tóquio, para participar na conferência.
De acordo com a agência de notícias Nikkei, estes memorandos têm como objetivo ajudar os governos das nações africanas a importar produtos japoneses em áreas, que vão da saúde à agricultura, através da redução ou até isenção de tarifas.