Autor: Lusa/AO Online
A Portos dos Açores esclareceu que o cruzeiro que cancelou na terça-feira a escala na Horta apenas solicitou rebocador para a operação no dia anterior, e este, encontrando-se em Ponta Delgada, não seguiu viagem devido ao mau tempo.
Em comunicado, o grupo parlamentar do PS/Açores adiantou que vai solicitar ao Governo Regional explicações sobre "os motivos que levaram à ausência do rebocador no porto no momento da operação".
Os deputados socialistas açorianos querem ainda saber que medidas estão previstas para garantir que "situações semelhantes não se repetem" e informações sobre a existência de um plano de contingência que assegure a presença de rebocadores quando necessário.
Citada na mesma nota, a deputada do grupo parlamentar do PS/Açores Inês Sá considerou "inaceitável que o navio de cruzeiros Artania não tenha podido atracar no Porto da Horta", devido "à ausência de um rebocador operacional".
Além do "impacto económico imediato" para a ilha, Inês Sá frisou que esta ocorrência afeta "a reputação externa do Faial, da Horta e dos Açores na rota internacional de cruzeiros".
“Falhou o Governo Regional, ao não garantir os meios portuários necessários, prejudicando empresas locais, operadores turísticos e toda a economia da ilha”, apontou a parlamentar açoriana, considerando que a deslocação do rebocador do porto da Horta para Ponta Delgada "no próprio dia da chegada do Artania" evidencia "falta de planeamento e vigilância sobre um equipamento essencial ao bom funcionamento da infraestrutura portuária".
Na nota, a deputada referiu que a intervenção do presidente do Câmara Municipal da Horta, ao requerer esclarecimentos à Portos dos Açores, S.A., revela "uma inversão de responsabilidades", alegando que compete ao Governo açoriano "assegurar a dotação e o funcionamento dos meios portuários, e não apenas à Portos dos Açores".
Para a parlamentar, a prioridade deve ser assegurar que o porto da Horta dispõe permanentemente dos meios essenciais a uma operação portuária eficiente, de forma a proteger o interesse económico da ilha e da Região.
A escala do navio de cruzeiros Artania estava programada para o porto da Horta, na ilha do Faial, para o dia 28 de outubro, mas “inicialmente não havia sido solicitada pelo agente de navegação daquele navio a utilização de rebocador para esta operação […], o que veio a ser requerido somente pelas 11:00 do dia 27 de outubro”, explicou hoje o conselho de administração da empresa Portos dos Açores, em comunicado.
“Naquele mesmo dia, o rebocador Ilha de São Luís, que havia estado em serviço no porto de Ponta Delgada, tinha programada viagem para a Horta, viagem que acabou por ser cancelada por razões meteorológicas, nomeadamente em função de ondulação em rota na ordem dos 4-5 metros, superior à recomendada para a navegação ao largo por parte daquela embarcação portuária”, acrescentou.
Perante este facto, a empresa pública que gere os portos dos Açores revelou que o agente de navegação do Artania foi informado, “dentro do horário regulamentar, ou seja, até às 16h00 daquele mesmo dia, 27 de outubro, que o navio em questão não poderia contar com os serviços de reboque apenas solicitados naquela data”, mas o comandante do navio “decidiu tentar a escala” na ilha do Faial no dia seguinte.
“Na manhã de 28 de outubro, o Artania confrontou-se, no exterior da baía da Horta, com ventos na ordem dos 25-30 nós, situação que inviabilizou a escala no porto faialense, por razões de segurança da manobra do navio, dos seus passageiros e tripulantes e para integridade, ainda, da infraestrutura portuária”, lê-se.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, na ilha do Faial, pediu na quarta-feira esclarecimentos ao conselho de administração da Portos dos Açores, sobre o cancelamento da escala do navio de cruzeiro Artania no porto local.