Açoriano Oriental
SPAC acusa SATA de negar acesso a dados operacionais após reunião "positiva" com consórcio

Foi "positiva" a reunião entre a direção do SPAC e o consórcio Newtour/MS Aviation, a primeira após o sindicato ter sido mandatado pelos associados. Pilotos dizem que SATA Holding nega acesso a dados operacionais.

SPAC acusa SATA de negar acesso a dados operacionais após reunião "positiva" com consórcio

Autor: Nuno Martins Neves

"O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) informa que a primeira reunião com o Consórcio Newtour/MS Aviation decorreu hoje de forma positiva, num ambiente construtivo e de mútuo respeito, esclarecendo várias questões e abrindo um canal de diálogo essencial ao futuro da Azores Airlines", lê-se no comunicado interno a que o Açoriano Oriental teve acesso.

No entanto, foi uma reunião ensombrada pela informação que, diz o sindicato, a SATA Holding persiste em manter confidencial.

Informação essa, explica o comunicado, de teor operacional: "É incompreensível que matérias operacionais de gestão corrente - número de Pilotos utilizados em dias de férias/folga; custos dessa utilização; custo global de Pilotos em funções de formação/treino/verificação ou outras - sejam tratadas como confidenciais".

De recordar que, em comunicado, o Conselho de Administração da SATA Holding negou, na segunda-feira, que estivesse a sonegar qualquer tipo de informação ao consórcio Newtour/MS Aviation. "O Conselho de Administração da SATA Holding sabe, e também sabe o Agrupamento, e por isso estamos tranquilos, que a única reserva se limita à informação confidencial da empresa Azores Airlines e não do projeto estratégico do Agrupamento. Esta informação confidencial, pela sua natureza comercial ou de proteção de dados pessoais poderá ainda ser fornecida ao Agrupamento a seu pedido, que bem sabermos saberá respeitar aqueles interesses comerciais e pessoais, eventualmente em causa".

No entanto, para o SPAC, "tal opacidade suscita a pergunta sobre o que se procura ocultar e impossibilita uma negociação séria, completa e informada".

Acrescenta o sindicato que, "a persistência de zonas de sombra pode ser mais ampla do que se queira admitir e, no limite, servir a narrativa de que seria menos gravoso para alguns deixar a companhia soçobrar - levando consigo vestígios de má gestão e opções políticas pretéritas - do que privatizar sob escrutínio, arriscando trazer à luz, factos incómodos e responsabilidades pelo “estado a que isto chegou”".

Concretizando, o SPAC afirma que a ocultação de dados operacionais pode sugerir "a intenção de esconder ineficiências internas - não reveladas a um potencial comprador e, em sentido inverso, instrumentalizadas para influenciar e alavancar a posição negocial com os trabalhadores".

Razões pelas quais o sindicato apela a uma "desclassificação e disponibilização integral dos dados essenciais", para que o processo negocial prossiga "com rigor, seriedade e transparência, como Pilotos e empresa merecem".

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