Açoriano Oriental
Mundo continua numa trajetória de aquecimento catastrófico

O aquecimento da Terra deverá atingir este século entre 2,3 e 2,5 graus Celsius (°C) acima dos níveis da era pré-industrial se os países implementarem planos climáticos previstos, alertou a ONU, lembrando que 1,5°C foi o limite acordado

Mundo continua numa trajetória de aquecimento catastrófico

Autor: Lusa/AO Online

Os cálculos do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) foram divulgados a uma semana de começar em Belém, no Brasil, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorre de 10 a 21 deste mês.

Estas novas estimativas baseiam-se nos planos a aplicar até 2035, que os países eram obrigados a publicar antes da COP30, como determina o Acordo de Paris.

Este tratado internacional, adotado por consenso há 10 anos, tem como objetivo limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais para tentar evitar as graves consequências da crise climática.

Tendo por base as políticas atuais, ou seja, sem considerar os compromissos para melhorar, o aquecimento atingiria os 2,8°C (em comparação com os 3,1°C do ano passado), calcula a ONU.

Segundo o novo relatório do UNEP, o mundo continua a queimar quantidades cada vez maiores de petróleo, gás e carvão, o que levou a um aumento acentuado (+2,3%) das emissões de gases com efeito de estufa em 2024.

Os principais responsáveis pelo aumento, em termos absolutos, são a Índia e os seus 1,46 mil milhões de habitantes, seguida pela China, Rússia e Indonésia.

As emissões da União Europeia continuaram a diminuir, mas a descida das dos Estados Unidos foi interrompida (+0,1%).

As novas promessas dos países "mal fizeram diferença", indica a ONU.

"A ambição e a ação estão muito aquém do necessário a nível global”, disse Anne Olhoff, responsável científica pelo relatório, à agência noticiosa France-Presse.

Os cientistas têm sublinhado que cada fração de grau de aquecimento aumenta a intensidade dos ciclones e das ondas de calor e reduz as hipóteses de sobrevivência dos recifes de coral.

Segundo a ONU, inverter a trajetória exige além de uma redução drástica das emissões, a absorção de quantidades industriais de CO2 da atmosfera, quer naturalmente (florestas), quer através da utilização de tecnologias de captura de carbono, que se encontram ainda numa fase inicial.

Os chefes de Estado e de Governo, que quinta-feira e sexta-feira se reúnem em Belém na cimeira de líderes que antecede a COP30, vão deparar-se com o fracasso coletivo no cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris até ao momento, refere a AFP.

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