Autor: Lusa/AO Online
“Temos a expectativa de que o Governo Português seja intransigente junto do Parlamento Europeu e Comissão Europeia na defesa da criação de uma linha específica de apoio à atividade, com dotação própria”, afirmou Francisco Calheiros, num comunicado enviado à comunicação social.
O responsável considerou que “de outra forma, não será possível ao turismo dar o seu contributo à coesão territorial e social europeia que se impõe”.
Em causa está a “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”, documento que servirá de base ao plano que o Governo irá apresentar à Comissão Europeia, em outubro, elaborado por António Costa Silva, cuja fase de consulta pública já terminou.
A CTP lamentou “a ausência do turismo no modelo de desenvolvimento económico e social do país apresentado no documento” e defende que é “essencial desfazer a ideia preconcebida” de que há demasiado turismo em Portugal.
“Não há, nunca houve turismo a mais, mas sim outras atividades económicas a menos. Nós demos o nosso contributo. Vamos ser penalizados por isso?”, questiona Francisco Calheiros.
Segundo a confederação, “o turismo tem crescido acima da economia nacional, é a maior atividade económica exportadora do país, sendo responsável por 52% das exportações de serviços, as receitas turísticas registam um contributo de 8,7% para o PIB e representa quase 7% do emprego”.
Assim, o presidente da CTP considera “incompreensível que o documento apresentado não tenha em conta estes indicadores e praticamente ignore a relevância estratégica do turismo para a recuperação da economia”.
A CTP defende a integração do setor no referido plano estratégico com medidas de curto e médio prazo de recuperação da atividade, destacando as que garantam a sobrevivência das empresas e a preservação dos postos de trabalho.
Para isso, a confederação diz ter já apresentado um pacote de 90 medidas de apoio ao tecido empresarial, “muitas delas ainda sem concretização”.
A CTP defende ainda a criação de um Plano de Recuperação e Transformação do Turismo Português, a médio prazo, que inclua, entre outras medidas, programas para a sustentabilidade do turismo, para a renovação e sustentabilidade de destinos maduros, para a capacitação e dignificação dos profissionais do turismo e um programa financeiro exclusivo de apoio ao turismo e aviação.
As medidas para combater a pandemia de covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.