Autor: Lusa/AO Online
Em comunicado, a CGTP-IN/Açores adianta que foi decidido reativar a PERT-SPER - Plataforma das Estruturas Representativas dos Trabalhadores do Setor Público Empresarial Regional, na sequência do "anúncio feito pelo Governo Regional da intenção de privatização de empresas que prestam serviços públicos essenciais, pondo em causa a situação dos seus trabalhadores”.
A CGTP alerta para as graves consequências da decisão, considerando que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “decidiu enveredar por um caminho que condiciona o futuro dos Açores” e que “aumentará a despesa pública, ameaçando, ainda mais, a frágil capacidade produtiva”.
Em causa estão, segundo a CGTP, empresas que “dão lucro à região”, com “património histórico e cultural inestimável” e que são essenciais à produção regional, nomeadamente para a agricultura e pescas.
“Em nenhuma das situações se justifica a privatização da empresa, pela mais-valia que trazem todos os dias ao desenvolvimento económico e social da região”, salienta a CGTP, considerando que “as garantias dadas inicialmente pelo Governo Regional foram rapidamente esquecidas”.
A CGTP-IN/Açores defende a integração de trabalhadores de empresas em reestruturação noutras entidades públicas, como é o caso da Globaleda, para "aproveitamento de mão-de-obra altamente qualificada e especializada".
Noutras situações, são "empresas rentáveis e cuja privatização comprometeria o desenvolvimento da região, como é o caso da Atlanticoline ou da SEGMA, dando ambas lucros à região e prestando serviços que ficarão em causa", acrescentam as estruturas sindicais.
No caso da SEGMA (empresa do grupo EDA – Eletricidade dos Açores), a PERT-SPER recorda o papel essencial na recuperação do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, afetado por um incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.
"O caminho não é a privatização de empresas públicas regionais e que é necessário defender e valorizar os seus trabalhadores, nomeadamente os seus postos de trabalho, bem como as condições laborais nestas empresas, que, com a privatização, ficarão em risco", sustentam as estruturas sindicais.