Autor: Lusa
O anúncio foi feito hoje durante a conferência “Cultura, Educação e Território no Lugar do Amanhã”, no auditório Luís de Camões do Conservatório Regional de Ponta Delgada, em São Miguel, evento que serviu para a reflexão e debate sobre o papel da cultura e da educação como pilares do desenvolvimento do território.
A escolha de Cristina Ataíde resultou de um concurso com a curadoria de José Maçãs de Carvalho, curador de artes visuais do projeto Ponta Delgada 2026, que reuniu quatro artistas, Cristina Ataíde, Marcelo Moscheta, João Miguel Ramos e Sofia de Medeiros, convidados a desenvolver propostas originais para a escultura.
A proposta de Cristina Ataíde foi destacada pelo júri multidisciplinar, composto por representantes da Capital Portuguesa da Cultura, do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas da Ribeira Grande, e do grupo Bel Portugal, pela “coerência com a intenção comemorativa do projeto, o rigor formal, a força poética e a capacidade evocativa da obra”, referiu um comunicado.
O júri reconheceu ainda “a singularidade da artista e a sua contribuição para o enriquecimento da paisagem artística insular”.
“É uma enorme honra poder criar uma obra que nasce da terra e fala sobre ela, sobre quem a trabalha e sobre o equilíbrio entre natureza e humanidade”, afirmou a artista, citada na nota enviada à Lusa.
“Quero que esta peça pertença ao lugar, que seja um convite à contemplação e à comunhão com o território açoriano”, acrescentou.
José Maçãs de Carvalho, curador de artes visuais de Ponta Delgada 2026, sublinhou, citado na mesma nota, que “as obras escultóricas de Cristina Ataíde transportam uma sensação de leveza e não-gravidade, conjugando uma visualidade geométrica com uma sofisticada economia de meios”.
“Esta proposta, pela sua coerência e sensibilidade, reflete plenamente o espírito desta homenagem e o diálogo entre arte, território e comunidade que Ponta Delgada 2026 pretende promover”, realçou.
A escultura será instalada em março de 2026, em Ponta Delgada, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Agricultura.
O objetivo é prestar tributo aos produtores de leite açorianos, aos animais e à ligação à terra — pilares do Programa Leite de Vacas Felizes, iniciativa da Bel Portugal, que completa 10 anos de existência.
A comissária da PDL26, Katia Guerreiro, considerou que "a escolha de Cristina Ataíde representa a união entre arte e território. A sua obra traduz a leveza, a força poética e o respeito pela natureza que identificamos como essência dos Açores e do tema ‘O Lugar do Amanhã’".
Já para Paula Amaral, responsável de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa do grupo Bel Portugal, a obra "é uma homenagem a quem dá sentido ao Programa Leite de Vacas Felizes – os produtores açorianos".
"É com enorme orgulho que vemos esta colaboração com Ponta Delgada 2026 transformar-se numa expressão artística que liga cultura, sustentabilidade e reconhecimento", disse, citada na nota divulgada.
Cristina Ataíde (Viseu, 1951) vive em Carnaxide e trabalha em Lisboa, expondo com regularidade desde 1984.
Professora convidada da Universidade Lusófona em Lisboa de 1997 a 2012, é licenciada em Escultura pela ESBAL e conta com um percurso artístico marcado por instalações de grande escala, trabalhos site-specific e uma constante ligação à natureza. Está representada em diversas galerias nacionais e internacionais.
A conferência “Cultura, Educação e Território no Lugar do Amanhã” é a primeira iniciativa no âmbito do projeto PDL26 - Capital Portuguesa da Cultura.
O espetáculo de abertura da PDL – Capital Portuguesa da Cultura está agendado para 29 de janeiro de 2026.