Açoriano Oriental
Cimeiras só têm sentido se forem frente autonómica face à República
O ex-presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, aplaude o retomar das cimeiras entre a região e os Açores, mas alerta que os encontros só têm sentido se constituírem uma frente autonómica face à República.
Cimeiras só têm sentido se forem frente autonómica face à República

Autor: Lusa/AO Online

 

"Eu espero que estas cimeiras sirvam para os dois governos perspetivarem quais vão ser as batalhas legítimas que, no futuro, vão ter que fazer no seio do Estado português. Se é para aceitar o sistema tal como ele está montado, então é uma perda de tempo", disse à agência Lusa, felicitando os dois executivos por retomarem "uma iniciativa que é fundamental para o peso das regiões autónomas na vida portuguesa".

Os governos da Madeira e dos Açores reúnem-se este fim de semana nos Açores, muitos anos depois dos encontros regulares nas governações de Alberto João Jardim e de Mota Amaral (ambos do PSD), no início da autonomia.

"Aliás, estou convencido que os grandes sucessos que os Açores e a Madeira conseguiram durante o século XX têm muito a ver com estas cimeiras e com o peso que a aliança entre os dois governos tinha em Lisboa", observou.

Iniciadas pelo ex-presidente do Governo Regional dos Açores Mota Amaral as cimeiras apareceram, segundo Alberto João Jardim, porque "era fundamental uma frente não contra a República, mas uma frente de reforço perante a República".

"Eu acho que se as cimeiras se tivessem mantido, primeiro, já teria havido uma revisão constitucional de acordo com as pretensões das duas regiões autónomas; segundo, nunca a dívida da Madeira teria sido tratada da maneira separatista como Passos Coelho a tratou", opinou.

Alberto João Jardim referiu que "foi o Governo de Carlos César, nos Açores, que interrompeu estas reuniões”, embora tenha havido uma com o socialista no Funchal.

"Carlos César tinha uma posição muito subordinada ao PS do continente e julgo que ter acabado na altura as cimeiras foi no sentido de aumentar a pressão que os governos Sócrates faziam sobre a Madeira", indicou.

Já as relações entre os executivos de Jardim e Mota Amaral, acrescentou, “foram sempre excelentes”.

Para o ex-governante, a ausência de encontros enfraqueceu ambos os arquipélagos.

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