Açoriano Oriental
Bolieiro diz preferir “investimento maior nas pessoas do que no betão”

O presidente do Governo açoriano considerou ontem que prefere um “investimento maior nas pessoas do que no betão” e defendeu o investimento no capital humano por ser “o mais rico de uma região e de uma economia”.

Bolieiro diz preferir “investimento maior nas pessoas do que no betão”

Autor: Lusa

“O esforço orçamental é notório, cria dificuldades, mas eu prefiro o investimento maior nas pessoas, do que no betão. Sim, eu não inauguro com uma bandeira desfraldada ou descerrada numa pessoa o investimento público”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo açoriano de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), que falava ontem na cidade da Horta, na ilha do Faial, na sessão de abertura do seminário “Reforma do Estado: Simplificação e Digitalização na Administração Pública”, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), acrescentou que não o move “a tese inauguracionista, mas sim a elevação da dignificação do investimento na pessoa”.

“E é por isso que eu digo que - contrariamente às teses da revolução industrial no milénio que vivemos, já na segunda década -, nós defenderemos o investimento no capital humano, que é o mais rico de uma região e de uma economia”.

Na sua opinião, a valorização e o investimento no capital humano “não deve estar na coluna da despesa”, mas antes “na coluna do investimento”.

“E é por isso que, se me disserem: ‘então, qual é o debate político que considera adequado?’. É [o] do investimento reconhecido na pessoa. Na pessoa na sua individualidade, na pessoa no seu contexto familiar, na pessoa no seu contexto profissional, no cidadão que começa com o nascimento e termina exatamente no seu desaparecimento”, justificou.

Assim, Bolieiro referiu que o entendimento intergeracional de apoio ao investimento na pessoa tem sido a “matriz” da sua política governativa.

“E, quando se faz a discussão do descontrolo da finança pública, porque aumentou a despesa corrente, isso é bem revelador dos que dizem isso, do seu atavismo relativamente ao entendimento do investimento prioritário e público nas pessoas, no capital humano, no investimento”, disse.

Na sua intervenção, o líder do executivo açoriano de coligação também salientou que a qualidade da administração pública só é assegurada “com a qualidade do trabalhador público, da organização e, um e outro, motivados, porque reconhecidos”.

“É assim que temos progredido. Dirão alguns, quando no debate político, até parlamentares dizem que há despesa a mais. Sim, todos estes elementos promovidos. Nestes últimos tempos, […] levaram a um grande esforço orçamental. Numa primeira fase nos domínios da educação, da saúde, depois também com o diálogo social para todos os trabalhadores públicos da administração pública regional autónoma quanto à progressão”, afirmou.

Lembrou que, anteriormente, “os tempos não permitiam, no próprio Estado de direito determinado, que nenhum trabalhador, se não fosse de forma excecional, eu direi mesmo, excecionalíssima, pudesse começar na base e reformar-se no topo da carreira”.

Bolieiro também referiu a situação atual da economia açoriana, garantindo que tem hoje, “como nunca teve, uma dinâmica de consumo, de atividade económica, de investimento empresarial e de criação de emprego”.

“Fruto destes resultados destas políticas, hoje, […] quando circulo por todas as ilhas e promovo o diálogo social, a principal crítica é, ao contrário de outras do passado, a falta [de] mão-de-obra. Que economia desastrosa pode ter esta queixa? Não será uma economia efervescente que é geradora desta queixa, deste desafio e desta necessidade?”, observou.

A terminar, assumiu que “é com a riqueza humana que um território se desenvolve” e é “com a participação e o diálogo social que a democracia se afirma”.

O presidente do Governo Regional dos Açores garantiu ainda que não faz uma governação “de navegação à vista”, mas antes com “uma definição estratégica”.

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