Autor: AO Online/ Lusa
Sérgio Ávila, que dividiu com Cristina Calisto, presidente da Câmara Municipal da Lagoa e da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, o painel em que se debateram “novas formas de cooperação face aos novos desafios dos Açores no pós 2020”, considerou que “o grande erro é que as autarquias se ajustem como uma forma de obter financiamento comunitário e não façam essa obtenção de financiamento comunitário na sequência da sua própria estratégia de desenvolvimento”.
Nas Jornadas Autárquicas socialistas, que se realizaram hoje na Lagoa, ilha de São Miguel, o governante afirmou que o desenvolvimento “cada vez menos é um ciclo que assenta em infraestruturas, que, ao estarem já satisfeitas, não se devem multiplicar, sob pena de não serem a aplicação mais eficaz e racional dos recursos, e devem caminhar para os novos desafios, que correspondem a novas etapas de desenvolvimento”, como a globalização, a alteração da pirâmide demográfica e a competitividade das empresas e dos recursos humanos, num mercado global em constante mutação.
Também Cristina Calisto frisou que aquelas que se preveem vir a ser as novas linhas comunitárias para 2021/2027 vêm “pôr por terra questões que são muito antigas, ligadas aos autarcas: a necessidade de deixar marca, obra feita”, e definiu como prioridade “a qualidade acima da quantidade”.
“Os pressupostos mudaram. Há um contexto internacional a condicionar a Europa. Dentro da Europa está a decorrer o Brexit, com implicações para o orçamento global da União Europeia e com a indicação de novas prioridades. A Política Agrícola Comum, a Política de Coesão, tenderão a perder verbas para áreas da sustentabilidade ambiental, energética, da defesa”, contextualizou a autarca socialista.
A edil do concelho que acolhe as Jornadas Autárquicas apontou a necessidade de os municípios “rapidamente” reorientarem as suas “políticas de atuação e alinhá-las com aquilo que se prevê que seja o próximo quadro comunitário”.
“Temos que reforçar a aposta nos serviços que prestamos às comunidades e rapidamente programar que tipo de candidaturas a fundos comunitários pretendemos fazer, no âmbito daquelas que são as áreas estruturantes dos quadros comunitários”, concluiu.