Autor: Lusa/AO Online
De acordo com um comunicado do Conselho da UE, a decisão foi tomada após a reintrodução das sanções da ONU, na sequência da decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de não prorrogar o levantamento das sanções contra o Irão.
As medidas reintroduzidas incluem tanto as adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU desde 2006 e automaticamente transpostas para o direito da UE, como as medidas autónomas do bloco europeu.
Estas medidas dizem respeito a proibições de viagem para indivíduos, congelamento de bens de indivíduos e entidades e, em consonância com isso, a proibição de disponibilizar fundos ou recursos económicos às pessoas incluídas na lista.
Também há sanções económicas e financeiras a empresas, abrangendo os setores do comércio, das finanças e dos transportes, estando banido o comércio de armas, congelados bens de bancos iranianos na UE e proibido o acesso de aviões de carga do país aeroportos dos 27 Estados-membros.
O E3 considera que Teerão não cumpriu os compromissos de limitar o programa nuclear definidos no acordo alcançado em 2015, que restringiu as atividades nucleares iranianas em troca do levantamento das sanções internacionais.
O Irão, por sua vez, culpa os Estados Unidos pela atual situação em torno do programa nuclear iraniano, devido à sua retirada do pacto em 2018, e acusa os europeus de não cumprirem a sua parte do acordo.
As potências europeias tinham oferecido a Teerão o adiamento da ativação do mecanismo que restaura as sanções no caso de o país retomar a cooperação com a Agência Internacional da Energia Atómica da ONU - suspensa após a guerra de 12 dias com Israel em junho.
Teerão deveria também informar sobre o paradeiro de 400 quilos de urânio enriquecido a 60% e retomar as negociações com Washington.
Até agora, o Irão insistiu que o urânio altamente enriquecido está enterrado sob os escombros das três instalações atacadas pelos EUA e Israel durante a guerra em junho.
O Conselho de Segurança da ONU já tinha rejeitado, a 19 de setembro, um projeto de resolução para o levantamento permanente das sanções impostas ao Irão antes do pacto nuclear de 2015.
O Irão garantiu que, com a entrada em vigor das sanções, adotará medidas de retaliação, incluindo a suspensão do acordo de cooperação com a AIEA, assinado a 9 de setembro.