Autor: Lusa/AO Online
Desde 07 de agosto, estão em vigor tanto as tarifas acordadas com vários parceiros comerciais como as taxas alfandegárias impostas unilateralmente pelos Estados Unidos a territórios com os quais não foi possível concluir acordos, incluindo Taiwan, cujas exportações para o mercado norte-americano passaram a ser taxadas a 20%.
Num comunicado citado pela agência CNA, o Gabinete de Negociações Económicas e Comerciais de Taiwan afirmou que o atual "regime provisório" de tarifas recíprocas teve impacto na indústria local, razão pela qual Taipé procura um acordo que proporcione "condições mais justas e razoáveis".
A entidade indicou ainda que o Governo procura obter "benefícios tarifários" relacionados com a investigação dos EUA ao abrigo da Secção 232 da Lei de Expansão Comercial, que poderá resultar em novas tarifas sobre semicondutores e outros produtos tecnológicos. Caso haja avanços, a sociedade será informada "de forma atempada", indicou a mesma fonte.
As declarações surgem depois de o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ter afirmado na quinta-feira, numa entrevista ao canal CNBC, que Washington tem "um grande acordo a caminho" com Taiwan, embora sem fornecer mais pormenores.
Na expetativa do acordo tarifário entre Taiwan e os Estados Unidos, o índice de referência da bolsa de Taipé, o Taiex, atingiu hoje um novo recorde histórico, apoiado igualmente pelo otimismo dos índices bolsistas de vários países em relação a uma eventual redução das taxas de juros pelo banco central norte-americano, a Federal Reserve (Fed).
O índice seletivo de Taiwan, que tem uma forte componente tecnológica, subiu 258,93 pontos e encerrou o dia com um recorde de 25.474,64 pontos (+1,03%), acumulando um aumento de 3,51% nos últimos cinco dias.
As principais empresas tecnológicas da ilha registaram subidas durante a sessão, destacando-se os ganhos da TSMC, cujas ações atingiram um novo máximo de 1.260 dólares taiwaneses (35,49 euros, +1,61% na sessão); Foxconn (+1,4%), Delta Electronics (+0,72%) e MediaTek (+0,34%).
Os investidores prolongaram assim o otimismo em torno de uma próxima descida das taxas de juro nos Estados Unidos, especialmente na sequência da divulgação, esta quinta-feira, dos dados da inflação de agosto, que não foram tão maus como se esperava (+2,9 % em termos homólogos).
O Comité de Mercado Aberto da Fed reúne-se na próxima semana para decidir sobre as taxas, que se mantêm numa faixa de 4,25 a 4,5% desde o final do ano passado, apesar das pressões do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que sejam reduzidas.