Açoriano Oriental
Ucrânia
Reunião entre Trump e Putin para cessar-fogo é mais importante do que lugar escolhido

O ministro dos Negócios Estrangeiros português realçou a importância do diálogo para ser alcançado um cessar-fogo na Ucrânia, considerando, porém, ser “um pouco estranho” a realização de uma reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste

Reunião entre Trump e Putin para cessar-fogo é mais importante do que lugar escolhido

Autor: Lusa/AO Online

“É um pouco estranho que seja em território da União Europeia (UE) que isto seja feito, mas a Hungria tem a sua posição, que é conhecida, isto também não é assim nenhuma surpresa”, disse Paulo Rangel, no final de uma reunião ministerial no Luxemburgo.

Apesar do local apontado para o futuro encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, o chefe da diplomacia portuguesa considerou que qualquer “diálogo que se faça no sentido de obter acordos de paz ou de cessar-fogo é sempre bem-vindo”.

“Sendo em território europeu e da União Europeia, isso também tem um significado, mas a Hungria é um país soberano e pode acolher esse tipo de negociações (…), acho importante que haja diálogo, as perspetivas neste momento ainda não são as mais encorajadoras”, sustentou o governante.

O Governo húngaro é conhecido pelas políticas conciliatórias em relação à Rússia e pelas críticas severas ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, contrariamente à posição maioritária da UE.

Sobre a hipótese levantada pelo líder norte-americano, Donald Trump, de congelar o conflito como está, ou seja, deixar para já que a Rússia fique com o território que ocupou na Ucrânia, Paulo Rangel apelou à contenção em detrimento de avaliações prematuras.

“Temos de ser contidos, se nós começamos a comentar toda e qualquer mudança, toda e qualquer afirmação, não vamos ajudar a que essas negociações tenham lugar”, comentou, acrescentando que “as posições de Portugal e da União Europeia são bem conhecidas”.

“Do ponto de vista de Portugal”, argumentou Paulo Rangel, chegar a um cessar-fogo o quanto antes “seria o mais importante”, mais até do que a “definição do conflito, porque as partes [Ucrânia e Rússia] estão muito afastadas quanto a isso”.

Na passada quinta-feira, o Presidente norte-americano anunciou que iria reunir-se com o homólogo russo, em Budapeste, sem indicar uma data, no final de uma conversa telefónica entre ambos, em que garantiu terem sido “feitos grandes progressos”.

Trump fez este anúncio na véspera de uma reunião na Casa Branca com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Há um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Vladimir Putin e a Hungria é um dos países subscritores do Estatuto de Roma, documento fundador da instância judicial internacional.

Este estatuto declara, entre outros pontos, que qualquer país signatário tem de levar a cabo as detenções emitidas se a pessoa visada entrar no território dos países que integram a organização.

Em declarações hoje de manhã no Luxemburgo, a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, afirmou que a perspetiva desta reunião em Budapeste “não é boa”.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


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