A cerimónia, no palácio presidencial, foi transmitida em directo pela televisão. Após a leitura de versículos do Alcorão, Gilani, em traje tradicional negro, repetiu as palavras do juramento pronunciadas pelo presidente, vestido de fato e gravata.

    Os dois homens não fizeram declarações no final da cerimónia, que durou apenas cinco minutos. Alguns espectadores gritaram "Longa vida a Bhutto".

    Gilani foi eleito segunda-feira primeiro-ministro pela Assembleia Nacional com 264 dos 342 votos dos deputados, derrotando facilmente o outro concorrente, Chaudhry Pervaiz Elahi, partidário do presidente Musharraf, que obteve apenas 42 votos.

    Pouco depois da votação, Gilani, que passou cinco anos na prisão sob o regime de Pervez Musharraf por acusações de corrupção, ordenou a libertação de todos os juízes colocados em residência vigiada após a imposição do estado de emergência em Novembro de 2007.

    Estes magistrados estavam na altura em vésperas de se pronunciar sobre a validade da recente reeleição do presidente Musharraf por sufrágio indirecto.

    Pervez Musharraf chegou ao poder na sequência de um golpe de Estado sem derramamento de sangue em 1999.

    Yusuf Gilani pertence ao Partido do Povo Paquistanês (PPP) da antiga primeira-ministra e chefe da oposição Benazir Bhutto, assassinada a 27 de Dezembro de 2007, num atentado suicida depois de um comício eleitoral num subúrbio de Islamabad.

    O PPP, associado à Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) do antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, derrubado em 1999 pelo general Musharraf, venceu as eleições legislativas de 18 de Fevereiro.