Açoriano Oriental
Venezuela quer cancelar acordos energéticos com o Trinidad por causa de apoio aos EUA

A vice-presidente da Venezuela disse que os acordos de energia com Trinidad e Tobago deveriam ser cancelados, devido ao que descreveu como ações "hostis" da nação insular

Venezuela quer cancelar acordos energéticos com o Trinidad por causa de apoio aos EUA

Autor: Lusa/AO Online

Trinidad e Tobago está agora a acolher um dos navios de guerra dos EUA envolvidos numa campanha polémica para destruir lanchas venezuelanas que, alegadamente, transportam droga para os Estados Unidos.

No domingo, o USS Gravely, um destróier equipado com mísseis guiados, chegou a Trinidad para realizar exercícios conjuntos com a marinha de Trinidad.

As autoridades venezuelanas descreveram a decisão de Trinidad de acolher o navio como uma provocação, enquanto o governo do país afirmou que os exercícios conjuntos com os EUA acontecem regularmente.

"O primeiro-ministro de Trinidad decidiu juntar-se à agenda belicista dos Estados Unidos", afirmou hoje a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, em declarações na televisão nacional.

Em mensagens de texto à Associated Press, a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, reagiu dizendo que não estava preocupada com o cancelamento potencial do acordo energético, acrescentando que os exercícios de treino militar eram exclusivamente para fins de "segurança interna".

"O nosso futuro não depende da Venezuela e nunca dependerá," escreveu Persad-Bissessar. "Temos os nossos planos e projetos para fazer crescer a nossa economia, tanto no setor energético como no não energético", acrescentou.

Rodríguez, que também é ministra dos hidrocarbonetos da Venezuela, disse que pediria ao Presidente Nicolás Maduro para se retirar de um acordo de 2015, que permite aos países vizinhos realizar projetos conjuntos de exploração de gás natural nas águas entre ambas as nações.

Trinidad e Venezuela estão separadas por uma pequena baía que tem apenas 11 quilómetros de largura no ponto mais estreito.

Ao contrário de outros líderes da América Latina e da região das Caraíbas, que compararam ataques a supostas embarcações de droga a execuções extrajudiciais, Persad-Bissessar apoiou a campanha dos EUA.

A chefe do executivo de Trinidad disse que preferia ver os traficantes de droga "fragmentados" do que vê-los matar os cidadãos da sua nação.

"Estou cansada de ver os nossos cidadãos assassinados e aterrorizados devido à violência de gangues, impulsionada pelo tráfico ilegal de drogas e armas", sublinhou à agência de notícias Associated Press.

Trinidad, que tem uma população de cerca de 1,4 milhões de pessoas, é por vezes usada por traficantes para armazenar e classificar drogas antes de as enviar para a Europa e América do Norte.

O governo da Venezuela descreveu o reforço militar dos EUA na região das Caraíbas como uma ameaça, e alguns dos seus responsáveis afirmam que o envio de navios de guerra norte-americanos para a região faz parte de um esforço para derrubar Maduro, que tem sido amplamente acusado de roubar a eleição do ano passado.

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos intensificaram-se na semana passada, quando a administração Trump anunciou que iria enviar o seu maior porta-aviões para o sul das Caraíbas, completando uma flotilha que já inclui oito navios de guerra, um submarino, drones e aviões caças.

A administração Trump lançou desde setembro 10 ataques contra supostas embarcações transportadoras de droga. Pelo menos 43 pessoas foram mortas nos ataques controversos.


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