Autor: Lusa/AO Online
“Devido às violações do acordo de cessar-fogo por parte do Hamas, o Governo israelita [...] deve agir de forma decisiva”, afirmou o Fórum, depois de o gabinete do primeiro-ministro israelita ter anunciado que os restos mortais entregues na véspera pelo movimento islamita palestiniano “pertencem ao refém Ofir Tzarfati”, raptado a 07 de outubro de 2023.
Os restos mortais de Tzarfati tinham sido parcialmente recuperados da Faixa de Gaza “durante uma operação militar há cerca de dois anos”.
O líder da oposição israelita, Yair Lapid, rejeitou um regresso aos combates em larga escala contra o Hamas, apesar de os restos mortais de um dos reféns devolvidos não corresponderem ao declarado pelo grupo palestiniano.
Segundo vários órgãos de comunicação israelitas que citam o Instituto Forense de Israel, os restos mortais entregues na segunda-feira à noite pelo Hamas não pertencem a nenhum dos 13 reféns mortos em Gaza.
Yair Lapid, deputado da oposição, disse hoje à edição eletrónica do jornal Ynet, que a devolução dos corpos dos reféns assassinados é um processo complexo e que "encontrar ou extrair alguns" vai demorar.
"Isto não justifica o retomar dos combates em grande escala", disse Lapid.
O Hamas afirmou, após entregar o caixão ao Comité da Cruz Vermelha, que tinha enviado "outro corpo" no âmbito do acordo de cessar-fogo".
Os ministros israelitas da Segurança Nacional e das Finanças, respetivamente Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, pediram hoje a punição do Hamas pelas repetidas violações do acordo de cessar-fogo.
Os dois membros do governo de coligação israelita exigiram o retomar dos ataques contra Gaza e a prisão dos cidadãos palestinianos que já foram libertados ao abrigo do acordo de reféns.
Para Lapid, Israel deve fazer tudo para garantir o regresso dos cadáveres mas considerou que as violações pontuais não justificam o regresso à guerra.
A entrega dos corpos dos reféns está a ser adiada devido às dificuldades que o Hamas alega estar a enfrentar para os localizar entre os escombros de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou no domingo a entrada de uma equipa técnica egípcia e de agentes da Cruz Vermelha para lá da Linha Amarela (o ponto para onde as tropas se retiraram dentro de Gaza) para apoiarem a operação de deteção dos cadáveres.
Os mediadores, particularmente os Estados Unidos, estão a pressionar o Hamas para concluir a devolução dos corpos para que possam iniciar as negociações para a segunda fase do plano.
As partes, segundo os países mediadores, devem iniciar contactos no sentido de garantirem o desarmamento do Hamas, a desmilitarização de Gaza e a formação de uma administração civil para iniciar a reconstrução no enclave palestiniano.