Autor: Lusa/AO Online
“Não há qualquer receio de traição por parte dos Estados Unidos”, afirmou Lin, citado pela televisão local SETN, sublinhando que os laços entre Taipé e Washington assentam na Lei das Relações com Taiwan, nas Seis Garantias e numa estreita cooperação nos domínios da segurança e da economia.
Os EUA são o principal fornecedor de armamento a Taiwan e um aliado potencial da ilha em caso de conflito com a China, que considera Taiwan parte “inalienável” do seu território.
As declarações surgem nas vésperas do encontro entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo chinês, Xi Jinping, confirmado apenas pela Casa Branca, à margem da cimeira da APEC, em Gyeongju, na Coreia do Sul, e no qual se espera que os líderes discutam o estreito de Taiwan e as tensões comerciais bilaterais.
No domingo à noite, a imprensa chinesa revelou que várias unidades da Força Aérea da China realizaram exercícios de “combate real” em redor da ilha, para testar capacidades de reconhecimento, alerta precoce, bloqueio aéreo e ataques de precisão.
O Ministério da Defesa de Taiwan acusou hoje Pequim de tentar “intimidar” a opinião pública da ilha, denunciando as imagens divulgadas, que mostram bombardeiros H-6K com capacidade nuclear, como um “tipo de manipulação cognitiva”.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou no sábado que Taiwan “não deveria preocupar-se” com as conversações entre Trump e Xi.
“O que preocupa as pessoas é que obtenhamos um acordo comercial favorável em troca de abandonarmos Taiwan. Ninguém está a considerar essa hipótese”, garantiu Rubio.
Entretanto, o Governo chinês acusou hoje as autoridades de Taiwan de “usarem vários fóruns para espalhar falácias sobre a independência e o separatismo da ilha”, numa tentativa de “distorcer a verdade e confundir a opinião pública”.
“Independentemente do que façam ou digam, não podem mudar o facto histórico e legal de que Taiwan faz parte do território chinês, nem travar a tendência histórica da reunificação da China”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun.
Guo declarou que “a maior ameaça à paz e estabilidade no estreito de Taiwan reside nas atividades separatistas” e na “conivência com forças externas”, numa alusão velada aos Estados Unidos.