Açoriano Oriental
Especialistas europeus reúnem-se hoje
Portugal é o 3º país que mais pesca tubarões
Portugal, a terceira nação europeia que mais pesca tubarões, deve aproveitar a presidência europeia para promover um plano de conservação que permita recuperar esta espécie ameaçada a nível mundial, vão defender terça-feira especialistas de organizações não-governamentais.
Portugal é o 3º país que mais pesca tubarões

Autor: Lusa / AO
Varias organizações nacionais e estrangeiras reúnem-se terça-feira em Lisboa para debater medidas de coservação para proteger os tubarões, nomeadamente a nível comunitário.

Em 2005, os países da União Europeia capturaram cerca de 100 mil toneladas de tubarões (incluindo mantas e quimeras), sendo Portugal o terceiro país comunitário que mais pescou, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Espanha foi responsável pela maior percentagem de capturas na União Europeia (40 por cento), seguindo-se a França com 22 por cento.

Mário Diniz, membro da Quercus, uma das associações nacionais que participa na reunião, lamentou que não exista legislação adequada para proteger os tubarões e afirmou que Portugal deveria aproveitar a presidência portuguesa da UE para liderar este processo.

"Actualmente, não existem quotas nem limites de captura para nenhuma espécie de tubarões, porque normalmente as capturas são acessórias. Portugal poderia iniciar este processo, pressionando para egular a pesca a nível comunitário e aumentar a fiscalização", declarou à Agência Lusa.

O ambientalista explicou que as pescas não são, normalmente, dirigidas aos tubarões, embora sejam descarregadas nas lotas portuguesas várias espécies como tintureiras, cações, lixa, anequim, barroso ou pata-roxa, capturadas em águas nacionais.

Os navios portugueses pescaram, em 2005, 15.360 toneladas de tubarão, com destaque para a tintureira (mais de metade do total).

Mário Diniz chamou a atenção para o facto de se ignorar a quantidade real de tubarões capturados em Portugal.

"Não sabemos, por exemplo, os números da pesca desportiva".

Possuindo 30 navios, Portugal conta com a segunda maior frota de navios de pesca de palangre (aparelho com muitos anzóis) de superfície da UE.

Um terço da população de tubarões, raias e mantas da Europa tem estatuto de Ameaçada, na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza, mas a UE só restringe a pesca de algumas destas espécies.

"Portugal está muito bem colocado para levar a União Europeia até uma nova era de pesca responsável do tubarão, de recuperação de espécies em risco e de liderança internacional numa conservação global do tubarão", considerou Sonja Fordham, directora de estratégia da Shark Alliance, uma coligação de mais de trinta organizações científicas e de conservação.

"A presidência da UE e o desenvolvimento de um Plano de Acção para o Tubarão oferecem mais uma expecional ocasião a Portugal de ser líder num tema da maior importância para a saúde dos oceanos", acrescentou, num comunicado.

A Shark Alliance pretende que Portugal promova um Plano de Acção que permita recuperar populações ameaçadas de tubarões, raias ou mantas, restrinja a pesca destas espécies, acabe com a prática da remoção das barbatanas de tubarão e proteja os seus habitats.

Este mês Portugal recebe o encontro anual da Organização de Pesca do Noroeste do Atlântico (NAFO), esperando-se que sejam propostos limites à pesca da raia repregada.

A NAFO é a única organização regional de pescas do mundo que estabelece um limite para a captura de tubarões, raias ou mantas.
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